“Reiniciamos o desafio de erradicar a fome”, diz Paulo Teixeira ao assumir Desenvolvimento Agrário

“Desenvolvimento Agrário tinha sido incorporado ao Ministério da Agricultura pelo governo Bolsonaro”

Filipe Matoso/G1

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, participou nesta terça-feira (3) de sua primeira solenidade oficial no novo cargo – uma “cerimônia de posse” à frente da pasta. O ministério foi recriado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na gestão de Jair Bolsonaro, a área foi incorporada ao Ministério da Agricultura.

“Nenhum país pode se considerar moderno, civilizado e desenvolvido tendo 33 milhões de brasileiros vivendo em grave insegurança alimentar e 100 milhões de brasileiros vivendo dentro da insegurança alimentar. Nenhum país pode se considerar civilizado com tamanha parcela da população ameaçada pela fome”, afirmou o novo ministro.

“Hoje, nós reiniciamos esse desafio de erradicar a fome e dar condições mais dignas de vida ao povo que vive no campo. Nesse sentido, queremos resgatar o papel do Estado brasileiro, que através deste e de outros ministérios, deve promover o acesso à terra”, completou Paulo Teixeira. Teixeira é deputado reeleito por São Paulo e tomou posse no cargo de ministro no último domingo (1º), em cerimônia no Palácio do Planalto. Na ocasião, Lula deu posse aos 37 ministros do novo governo.

A cerimônia desta terça-feira marcou oficialmente o início da nova gestão. No governo Dilma, o MDA foi comandado por petistas históricos como Patrus Ananias e Miguel Rossetto. O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, compareceu à solenidade e fez um discurso rápido, com referências à “importância da reforma agrária” e ao “cooperativismo”.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o ex-ministro Pepe Vargas e o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves também estiveram na cerimônia, entre outros políticos e autoridades.

Produção de alimentos e combate à fome

Antes da cerimônia, Paulo Teixeira disse que a agricultura familiar é responsável por 70% da produção de alimentos e é preciso aumentar a produção. “Os governos Lula e Dilma criaram muitos programas, como o PAA, o PNAE e o Pronaf (…) O Brasil voltou para o mapa da fome e se estima que tenhamos 110 milhões de pessoas em insegurança alimentar, 33 milhões em situação de fome. Não está condizente com nosso projeto de país, nosso projeto alimenta seu povo”, afirmou.

“O governo vai enfrentar este desafio”, completou. Durante a campanha deste ano, Lula afirmou que, se eleito, iria retomar programas como o Programa de Aquisição de Alimentos, o que, segundo o petista, poderia reforçar a chamada segurança alimentar. Dados divulgados recentemente mostraram que o Brasil tem cerca de 30 milhões de pessoas sem ter o que comer no país.