Fausto Pinato critica fisiologismo ideológico que assola o Brasil

“parlamentar relatou que às divisões em curso no país só atrapalham do desenvolvimento brasileiro”

José Carlos Bossolan

Durante o lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Empreendedorismo Rural nesta quarta-feira (17/04), com a adesão de ao menos 218 deputados federais e senadores, o deputado federal, Fausto Pinato (Progressistas/SP), que irá presidir a comissão, fez duras críticas ao fisiologismo ideológico que tomou conta do Brasil.

“Uma divisão que vem de uma retórica, que veio desde que começou o governo da esquerda, aí entra extrema direita, onde estão perdendo a racionalidade e o poder do diálogo. Onde não tem diálogo, não tem construção. Viemos de uma esquerda que tem de se modernizar rápido, e de uma extrema direita que de certa forma precisa ser segurada, porque, dentro do meu coração, cabe ao vermelho, o vermelho que represente o sangue do trabalhador. Cabe um estrela branca, que a estrela não seja uma pessoa, mas o povo brasileiro. Cabe também a bandeira verde e amarela. Verde e amarela, mais com a Constituição debaixo do braço, onde se defenda a democracia e respeita quem ganha no voto e não ao golpe. E muitos se esquecem, que a bandeira do Brasil predominantemente, ela é verde e amarela, mais esquece que ela é formada de azul e branco e tem uma palavra chamada – Ordem e Progresso, então entre essas cores, eu fico com o azul e o branco e a Ordem e Progresso, que em algum momento deste parlamento, terem deputados que parem de servir de guarda-chuvas ideológicos, que possam sair um pouco da turma da confusão, sejam de esquerda ou de direita, que sirvam de solução, para que possamos fazer pontes e construções de plataformas que vamos avançar em nosso país” – desabafou o parlamentar.

Neto de agropecuarista e de mecânico de tratores, Fausto Pinato disse que durante seu mandato a frente da comissão, irá trabalhar com o diálogo para unir os seguimentos produtivos do Brasil e que não há mais espaço para essa divisão estabelecida, que tanto têm prejudicado a população nacional – “esta frente parlamentar vai conseguir ouvir o índio, o quilombola, o camponês, o pequeno agricultor, mais irá falar com o grande, com o médio. Nós precisamos parar, pois no final todo mundo planta e para ter uma agricultura familiar sustentável competitiva, o que acontece com esse país. São criados grandes monopólios, e eu não tenho medo de cara feia. Aqui nós sabemos que ‘nego’ compra frigorífico, vai comprando e vai fechando, para ficar dois ou três dominando o mercado”.

O deputado federal propos de criar uma ferramenta em que os grandes exportadores tenham como contrapartida, o investimento e parceria com os pequenos produtores – “Por que não criar um mecanismo para que esses grandes que exportam carne, soja, tenham de comprovar que uma pequena parte venha da agricultura familiar. Por que ele vai querer bancar esse pequeno, por que se ele não tiver a certificação ele não consegue mandar para fora. Isso sim é uma proposta inteligente, se a gente quer diversificar a renda, fazer uma agricultura familiar, uma reforma agrária que possa se sustentar em pé e não ficar narrativa de invadir isso para cá, por que eu defendo a Constituição, e na Constituição o direito da propriedade é legítimo. Então hoje nós viemos aqui para falar a verdade. A verdade dói, machuca, muitas vezes é mal compreendida, mas nós precisamos trazer um mecanismo. Hoje nós não temos armazenamento, não temos escoamento para agregar valor. Então nós ficamos numa retórica de esquerda, direita. Para mim virou placa de trânsito, eu não aguento mais isso. Nós não temos uma pauta que sente e converse. Às vezes é até boa uma ideia da esquerda, o cérebro do lado de lá está travado e já é contra. Vem uma ideia de lá e já está contra. A internet criou um ódio tão grande, uma polarização tão grande que nós perdemos a capacidade de analisar as bases… A internet deixou de trazer várias personalidades para esta casa, para trazer personagens” – complentou, Fausto Pinato.

Para o deputado não deveria haver divisão entre pequenos e grandes produtores, pois os mesmo produzem e comercializam suas produções em escalas diferentes. Pinato também colocou o desconforto em que as tecnologias vem interferindo negativamente na vida das pessoas, lhes tirando o pensamento próprio.

“Eu não entendo o porque desta divisão. O celular criou uma inteligência artificial, que entrou dentro da cabeça das pessoas. Às pessoas não pensar por si só mais. Os filhos da gente. Esses dias minha filha foi almoçar comigo e ela falou no zap, e eu falei, filha fala comigo eu estou na mesa. Vamos dialogar. Perdemos a capacidade de diálogo com a família, com os filhos. Nós estamos em um momento hoje, que as dificuldades são muito grandes. Nós precisamos saber, que quem coloca a comida na mesa é o pequeno, e quem mantém a balança comercial em pé é o grande. Por que não fazer uma junção disso, eu não consigo entender. Eu compraro o grande é como o Pão-de-Açúcar, tem de repor as prateleiras do mercado em maior escala e o pequeno, é como se fosse uma mercearia, também tem de repor, tem as mesmas dificuldades e no finalo está todo mundo vendendo alimento e não tem intendimento. O que que há meu país. A música do Zéze di Camargo, o que que há. Tem alguém levando lucro, tem alguém colhendo o fruto, sem saber o que é plantar e querendo fazer essa divisão para nos atrapalhar” – finalizou o deputado federal, Fausto Pinato.