VACA LOUCA! MAPA afirma que caso no Pará é atípico e exportação deve ser retomada

“Caso atípico não oferece risco de transmissão e Brasil poderá voltar a exportar carne”

José Carlos Bossolan

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta quinta-feira (2) que o caso de mal da vaca louca descoberto no Pará se trata de um caso atípico, ou seja, sem risco de transmissão. Essa possibilidade já era dada como real pelo MAPA, que aguardou apenas o resultado dos exames para confirmar a suspeita.

O caso suspeito da vaca louca foi anunciado na quarta-feira (22/02), num animal de 9 anos em propriedade em Marabá (PA), fez com que o Ministério da Agricultura, atendesse protocolo sanitário e notificasse a China da confirmação do caso, e consequentemente a suspensão das exportações para o país asiático. O material foi enviado a laboratório do Canadá para constatação do tipo da doença.

Na segunda-feira (27/02), funcionários do JBS/Friboi de Andradina iniciaram férias coletivas por 15 dias. A medida atinge funcionários das áreas de abate e desossa da unidade. Procurado por nossa reportagem, o JBS não quis se manifestar. Segundo funcionários, o caso da vaca louca e necessidade de reforma das áreas do frigorífico, fez com que a empresa adotasse a medida que deverá retomar as atividades normais na próxima semana.

Os procedimentos para informar a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e as autoridades chinesas já foram iniciados pelo governo brasileiro. A modalidade atípica da encefalite espongiforme bovina ocorre em animais idosos, espontaneamente pela natureza, em vez de ser transmitida de forma clássica, pela ingestão de ração contaminada.

“Por se tratar de caso atípico, ou seja, ocorrido por causas naturais em um único animal de 9 anos de idade e com todas as providências sanitárias adotadas prontamente, o Ministério da Agricultura e Pecuária está adotando imediatamente as providências, de acordo com os protocolos sanitários, para que as exportações da carne bovina brasileira sejam restabelecidas o mais breve possível”, afirmou o Mapa, em nota.

Até hoje, o Brasil não registrou casos clássicos de vaca louca, provocados pela ingestão de carnes e pedaços de ossos contaminados. Causado por um príon, molécula de proteína sem código genético, o mal da vaca louca é uma doença degenerativa. As proteínas modificadas consomem o cérebro do animal, tornando-o comparável a uma esponja. Daí sua denominação científica, encefalite espongiforme bovina.

Com Agência Brasil.