“Em 2024, estado registrou 1 morte pela doença. Maior parte dos casos está na região de Campinas.”
Paula Paiva Paulo/g1
O estado de São Paulo registrou 20 mortes por febre amarela em 2025, informou a Secretaria Estadual de Saúde. Em todo o ano de 2024, foram registrados dois casos da doença, e uma pessoa morreu. A secretaria informou que foram confirmados 32 casos neste ano, nas seguintes localidades: 24 casos possuem como possível local de infecção a região de Campinas (Amparo, Socorro, Tuiuti, Joanópolis, Valinhos, Campinas, Pedra Bela, Piracaia, Vargem, Bragança Paulista, Pedreira, São Pedro, Tuiuti, Nazaré Paulista e Águas de Lindoia)
1 caso tem como possível local de infecção a região de Bauru (Brotas)1 caso tem como possível local de infecção a região Piracicaba (São Pedro)2 com local provável de infecção a região de São José dos Campos (Caçapava)2 casos são importados, ambos foram contraídos em Minas Gerais. Em 2 casos o local de infecção está sob investigação.
As 20 mortes estão entre os 28 casos autóctones do estado. A pasta não detalhou em quais cidades foram os óbitos. Este é o maior número de casos e mortes desde 2018, quando o estado enfrentou uma explosão de casos da doença. Naquele ano, foram 456 casos e 148 mortes no estado.
Sobre o número de casos, a pasta disse que as ações de vigilância contra a febre amarela vêm sendo intensificadas no estado de São Paulo. “A vacinação continua sendo a forma mais eficaz de prevenção, e a SES reforça a importância da imunização diante do aumento de casos da doença e para todos aqueles que viajam para regiões rurais e de mata, precisando realizar a imunização até dez dias antes, caso viajem para esses locais”, informou a nota.
Vacinação é a melhor prevenção
De acordo com a médica infectologista Tânia Chaves, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA), do Centro Universitário Pará (Cesupa) e integrante da diretoria da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), a única forma de prevenção da febre amarela é a vacina, que existe há mais de 70 anos e é segura, eficaz e confere imunidade por toda a vida.
O imunizante está disponível no Sistema Único de Saúde para bebês a partir de 9 meses.
O que é febre amarela?
- É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus (Flavivirus) e transmitida através da picada de mosquitos infectados. Tem formas leves e graves, podendo causar a morte do paciente.
- O site do Ministério da Saúde lista os seguintes sintomas: início súbito de febre; calafrios; dor de cabeça intensa; dores nas costas; dores no corpo em geral; náuseas e vômitos; fadiga; e fraqueza.
- A página recomenda: “A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença”.
- Pacientes que infectados com formas graves devem ser atendidos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para reduzir as complicações e o risco de óbito.
- Ocorre de dezembro a maio, período de elevadas temperaturas e fortes chuvas no Brasil, condições que favorecem a proliferação dos mosquitos.
- Apresenta dois ciclos de ocorrência: o ciclo urbano, que não é registrado no Brasil desde 1942, e o ciclo silvestre.
- No ciclo urbano, o mosquito Aedes aegypti é o responsável pela transmissão.
- No ciclo silvestre, os principais transmissores são os mosquitos Haemagogus e Sabethes.
Mas e os macacos? No ciclo silvestre, os primatas não humanos (PNHs) são considerados os principais hospedeiros e amplificadores do vírus. A morte de um macaco por febre amarela já sinaliza às autoridades de saúde que é preciso alertar a população quanto à importância da vacinação, especialmente antes de práticas de pesca, trilhas e ecoesportes em matas. Os macacos não transmitem nem causam febre amarela – eles são vítimas da doença, assim como os seres humanos.