SABOR DO SUCESSO: cultura do cacau atinge recorde de produção na Bahia; segmento agrofamilliar responde por 90% do total

Wilson Ribeiro/Secom CONAFER

A Safra 2020/2021 de cacau no Sul da Bahia, região de maior produção do fruto no Brasil, atingiu a marca recorde de 140 mil toneladas, superando a colheita anterior em 39,72%. A amêndoa baiana também foi destaque no evento internacional, Cocoa Of Excellence – COEX2021, realizado na capital francesa, e considerado o mais importante do mundo no segmento. Após enfrentar um período de crise nos anos 90, quando houve queda na produção e forte desemprego rural devido a problemas fitossanitários, a lavoura cacaueira, que já foi uma das principais commodities do país, retoma sua força no sul baiano, consolidando-se no mercado e gerando renda para mais de 40 mil agricultores familiares, responsáveis, segundo a Associação Nacional das Indústrias de Processamento (AIPC), por 90% da produto entregue para industrialização no estado, e por mais de 70% da produção no país

O estado da Bahia vive mais um momento excepcional na sua rica história na produção cacaueira, com a produção recorde de 140.928 toneladas do fruto, o que representou um aumento de 39,72% em relação à colheita anterior, que contabilizou 100.864 toneladas, segundo a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC).

A cadeia produtiva do cacau, na região Sul do estado, é fonte de renda para cerca de 40 mil agricultores familiares, inclusive na produção de mais de 30 marcas de chocolates, que são comercializados em diversas partes do país. Em 2021, a Bahia entregou, segundo os dados da AIPC, 71,30% do total de amêndoas às indústrias processadoras, sendo seguida pelo Pará, que entregou 25,21% desse total, representando uma produção de 49.821 toneladas de amêndoa.

A cacauicultura avança no estado consolidando uma produção ambientalmente sustentável deste fruto, tradicionalmente o cultivo mais importante do Sul baiano, e que permitiu o desenvolvimento forte e dinâmico da região por um período de mais de 150 anos. Após enfrentar problemas com pragas e doenças como a vassoura-de-bruxa (Crinipellis perniciosa) em períodos recentes, além de superar problemas fitossanitários, houve grande desenvolvimento com foco no beneficiamento técnico da lavoura.

A retomada do crescimento da produção cacaueira na região Sul da Bahia ficou simbolizada, no último mês de dezembro, quando as suas amêndoas receberam destaque no Cocoa Of Excellence – COEX2021, evento internacional, considerado o mais importante no mundo para o setor. Durante o evento, realizado em Paris, na França, foi entregue ao produtor João Tavares, do município de Uruçuca, a Medalha de Ouro, e a produtora Angélica Maria Tavares, também de Uruçuca, recebeu a Medalha de Prata.

O Brasil é o 6º maior produtor de amêndoa de cacau no mundo e oscila entre o 5º e o 6º maior mercado consumidor de chocolate do planeta. A cacauicultura do Sul baiano é responsável por 4 mil empregos diretos e indiretos no setor de vendas, e envolve aproximadamente 250 mil pessoas em sua cadeia produtiva, incluindo-se neste total desde produtores rurais a trabalhadores da indústria de processamento da amêndoa.

São cerca de 93 mil produtores rurais, nos estados da Bahia, Pará, Espírito Santo e Rondônia, segundo informações da AIPC, em sua maioria pequenos agricultores familiares, que desenvolvem suas plantações em áreas com tamanho entre 5 e 10 hectares. O resultado apresentado pela amêndoa baiana de cacau representa uma grande oportunidade de expansão e crescimento deste segmento produtivo, que além de ser uma fonte de emprego e renda, sustenta uma parceria harmoniosa com toda a biodiversidade local.

Com informações do Mapa.