Prefeitura rompe acordo e não vai mais ajudar Friboi, nem Ministério

Antônio José do Carmo/Noroeste Rural

A Prefeitura de Andradina mantinha no Friboi, 50 funcionários para ajudar os veterinários a fiscalizarem os animais. É um convênio antigo que teria começado por causa de uma exigência de clientes internacionais. Alguns países não consideram confiáveis que a estrutura de fiscalização esteja na folha de pagamento da empresa fiscalizada. Mas o Friboi a partir de agora terá que fazer isso, ou seja, contratar toda equipe de fiscalização.

O motivo é que o prefeito Mário Celso Lopes já manifestou que não será reformado o convênio. Um dos motivos seria porque o Friboi deixou de repassar para a Prefeitura o salário dos servidores. Muito curioso, pois se o objetivo era ter uma equipe independente de fiscalização, receber o salário através de repasses de verbas do frigorífico estaria de certa forma corrompendo o real sentido de se desvincular da empresa fiscalizada.

O principal responsável na verdade é o Ministério da Agricultura. Mário Celso já teria solicitado para a própria ministra Tereza Cristina que incluísse os 50 servidores em sua conta de despesas, mas ela não deu solução e então o prefeito está pedindo os servidores de volta. Uma das alegações é que eles estariam sendo necessários para trabalhar em campanhas municipais de saúde pública, por exemplo.

A Prefeitura de Andradina possui outros 30 servidores que estão na folha de pagamento do município, mas que prestam serviços para o Governo do Estado. Eles estão “requisitados” para trabalhos internos nas Polícias e na Justiça. A Prefeitura não encaminhou até agora, pedido para que o Governo do Estado assuma essa conta.

Mais uma vez, a preocupação do prefeito é suspeita de estar obedecendo uma conduta pessoal de perseguição, a exemplo do que vem ocorrendo com o Frigorífico 3 D, que o prefeito está inviabilizando sua inauguração porque pede de volta uma área onde estaria as lagoas de tratamento de esgotos. Neste caso, o frigorífico iria causar danos ao investimento turístico que ele e sua família fazem no Acqualinda.

O motivo é simples: o prefeito tem tudo para não beneficiar o Friboi, porque seu diretor o Joesley Batista tem com ele uma contenda pessoal, nacionalmente conhecida por causa da operação Greenfield.

VERSÃO DA PREFEITURA

“O município mantinha servidores para apoio ao Serviço de Inspeção Federal do Ministério da Agricultura desde 1991 autorizado pela Lei 1.379/91. Nessa data foram 14 Auxiliares Sanitários. Com o tempo esse número aumentou chegando a quase 50 servidores e até Médico Veterinário. Não posso precisar todas as datas mas até 2017 o JBS reembolsava mensalmente os gastos dos servidores que prestavam os serviços na Inspeção. A partir de 2017 deixaram de reembolsar e o governo municipal à época fez um convênio com o Ministério da Agricultura sem ônus para o Governo Federal e ainda aumentando o número de servidores municipais para continuar prestando os serviços no JBS. No início da gestão em 2021 à Administração notificou o Ministério da Agricultura que estava rompendo o convênio, procedimento já confirmado oficialmente” – declarou o secretário de Fazenda, Norival Nunes.