Prefeitura de Andradina fecha o ano com arrecadação superior a R$ 214 milhões

“saldo foi de R$ 12,5 milhões no exercício de 2021”

José Carlos Bossolan

O prefeito de Andradina, Mário Celso Lopes tem muito a comemorar sobre os resultados obtidos pelos cofres públicos municipais com o registro de arrecadação recorde em 2021. Além da arrecadação, o alcaide de Andradina também recebeu autorização para financiar até R$ 26 milhões para construção de obras, dentre elas o novo Centro Administrativo.

No ano passado, a Prefeitura de Andradina teve arrecadação R$ 214.599.309,17, contra R$ 194.201.802,74 em 2020 (último ano da prefeita, Tamiko Inoue), em 2019, R$ 181.947.096,21, de R$ 149.518.692,02 em 2017 (primeiro ano da prefeita Tamiko Inoue) e R$ 155.641.200,04 (último ano do prefeito Jamil Ono). Dos mais de R$ 214 milhões que entraram nas contas da Prefeitura, R$ 202.059.056,26 foram empenhados e houve o pagamento de despesas de R$ 178.037.737,61, sobrando R$ 12.540.252,91 de todo o montante.

Na área da Educação, segundo dados do Portal da Transparência do município, foram pagos R$ 45.867.104,17 e um total de R$ 56.351.129,87 que foram empenhados. Já na área da saúde, justamente o setor que tem gerado maior descontentamento por parte da população andradinense, consumiu a maior fatia do orçamento de 2021, com pagamentos de R$ 60.374.893,91 do montante empenhado de R$ 63.870.740,98.

É constante reclamação da população e de alguns vereadores da falta de medicamentos, profissionais médicos e não médicos, de sucateamento da frota e principalmente a falta de planejamento nas ações de saúde. Foi da saúde que gerou a maior promessa do prefeito Mário Celso, com anúncio de hospital da mulher em parceria com o Hospital do Amor, hospital da criança e até o hospital em 100 dias.

“puxadinho da Covid anexo a UPA de Andradina – foto: arquivo O Foco”

Também foi na área da saúde o maior fiasco no enfrentamento a pandemia da Covid-19. O descaso da gestão municipal com a transferência das instalações da CAC (Central de Atendimento a Covid) que funcionava no Centro de Hemodiálise da Santa Casa, para um “puxadinho” anexo a UPA (Unidade de Pronto Atendimento), onde a população era atendida em tenda instalada na calçada do órgão.

Também foi anunciado pelo prefeito em março, a criação de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no CAC para pacientes graves da Covid-19, com aluguel de usina de oxigênio por 6 meses ao custo de R$ 204 mil, além da compra de 10 ventiladores pulmonares por R$ 361 mil que ficaram encaixotados (Mário Celso buscou com seu jato em Jundiaí), além do gasto de R$ 140 mil com monitores AMU, descumprimento de TAC com a Santa Casa de Andradina que gerou gasto de R$ 82 mil só de juros e outras despesas que em 01 de junho ultrapassava R$ 3,7 milhões.

Além do dinheiro em caixa de R$ 214 milhões, a maioria dos vereadores de Andradina, também aprovaram um financiamento de R$ 26 milhões, para construção de centro administrativo e outras obras, mas sem nenhum orçamento e planejamento dos gastos do valor. Embora o secretário de Governo, Ernesto Júnior e de Administração, Norival Nunes, tenham se reunido com os vereadores momentos antes da sessão extraordinária que aprovou o financiamento (21/12), Ernestinho confirmou a nossa reportagem após a votação, que a Prefeitura de Andradina tinha em mão naquele momento apenas o projeto arquitetônico das obras, a “parte bonita”, de onde seriam de fato gasto o recurso, mas não havia se quer um único orçamento, e da mesma forma que aconteceu com a reforma administrativa, a Câmara de Andradina aprovou “contrato em branco” ao prefeito Mário Celso Lopes, lhe designando plenos poderes para captar o recurso e aplicar como bem entender, sem a necessidade de nova apreciação dos vereadores.

A expectativa para 2022, é que a Prefeitura de Andradina tenha a injeção de arrecadação ainda maior que no ano anterior, com reajustes na ordem de 10% para impostos municipais, havendo tempo hábil para o chefe do executivo e sua equipe de governo em planejar os investimentos com resultados efetivos aos anseios da população, e não visando “valorização” de empreendimentos familiares.