Secom CONAFER
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, “diante da confirmação de um caso de EEB, Encefalopatia Espongiforme Bovina (mal da “vaca louca”), em um animal macho de 9 anos em uma pequena propriedade no município de Marabá (PA), todas as providências governamentais estão sendo tomadas para o mercado de carnes brasileiras.”Pelas características descritas pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), o caso de “vaca louca” é uma forma atípica da doença, que surge de forma espontânea no animal em decorrência do envelhecimento das células. Seguindo o protocolo sanitário oficial, as exportações para a China foram temporariamente suspensas desde a última quinta-feira, 23 de fevereiro. A combinação do aumento de oferta da carne pelo período da Quaresma com o embargo da China podem diminuir o preço da carne no mercado interno
O governo brasileiro, desde comunicou à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) o caso no Pará, aguarda o resultado das amostras enviadas para o laboratório referência da instituição em Alberta, no Canadá, que poderá confirmar se o caso é atípico. O animal, criado em pasto, sem ração, foi abatido e sua carcaça incinerada no local. O serviço veterinário oficial brasileiro está realizando a investigação epidemiológica que poderá ser continuada ou encerrada de acordo com o resultado.
Nos casos anteriores como este último, em 2021, o Brasil sofreu um embargo da China por mais de 100 dias, sendo dois casos atípicos da doença registrados em Mato Grosso e Minas Gerais. Embora a doença tenha sido confirmada pelos laboratórios brasileiros, o exame no Canadá, mais sofisticado, informará se o caso era atípico (gerado espontaneamente na natureza, sem transmissão) ou clássico (transmitido entre animais por ingestão de ração contaminada). A propriedade em Marabá (PA), onde foi detectada a doença, poderá voltar a comercializar o gado bovino assim que sair a confirmação do caso atípico, confirmando que a carcaça do animal foi incinerada, sem contato com o restante do rebanho.
Mercado interno indica queda de preços
“O preço da carne bovina, que já apresentava leve queda desde o início do ano, deve continuar recuando nos próximos dias. Um levantamento do site Mercado Mineiro revelou que a suspensão das vendas de carne bovina do Brasil para a China, em virtude da investigação sobre um caso de “mal da vaca louca”, ainda pode potencializar essa redução. A pesquisa mostrou que entre a primeira semana de janeiro até o último dia 24, o preço médio da picanha caiu 4,91%, passando de R$ 71,89 para R$ 68,36. O quilo do filé mignon reduziu de R$ 71,08 para R$ 67,65, uma queda de 4.83%. O mesmo ocorreu com o chã de fora, que recuou 3.40%, e com o lagarto, que ficou 3.57% mais barato. “Os preços estão caindo desde janeiro, muito em função do poder aquisitivo da população, uma vez que a carne bovina estava muito cara. E ainda assim, a gente sabe que há o temor do consumidor por causa da ‘vaca louca’. Por isso, podemos ter mais queda de preço nos próximos dias,” enfatizou Feliciano Abreu, diretor do site Mercado Mineiro.
A variação de preços também chama atenção. Nos cortes da picanha tradicional, o índice pode chegar a 144%, porque a carne pode custar de R$ 48,99 até R$ 119,98. Já o quilo do filé mignon pode ser encontrado de R$ 44,99 até R$ 89,99, uma variação de 100%, a mesma do lagarto, que pode ser comprado de R$ 29,99 até R$ 60,00. A carne de frango foi outra que apresentou queda. O quilo da asa resfriada caiu 5.86%, ao passar de R$ 17,54 para R$ 16,51. O filé de peito, que custava R$ 21,54, recuou para R$ 20.48, uma redução de 4.91%. Já o peito resfriado ficou 2,70% mais em conta, porque caiu de R$ 14,27 para R$ 13,89.
Com informações do Mapa, portal Notícias Agrícolas, Agência de Defesa Sanitária de Rondônia e portal O Tempo, por Nubya Oliveira.