“Na vanguarda da transição energética, setor da cana paulista tem potencial para transformar a geração de energia brasileira“
Assessoria de Comunicação/SAA
A transição energética paulista foi tema de destaque da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, na abertura da Fenasucro & Agrocana 2024, principal feira de bioenergia do país, ocorrida na terça-feira (13/08), em Sertãozinho. Ao lado do governador Tarcisio de Freitas, o secretário de Agricultura de São Paulo, Guilherme Piai, ressaltou a importância do setor sucroenergético para o Estado, como o desempenho da balança comercial do Estado, que vem sendo impulsionada pelos embarques de açúcar e etanol e o potencial de produção de energia limpa.
“É questão de tempo para estarmos produzindo e liderando a produção de biometano do País, em substituição aos combustíveis fósseis”, afirmou Piai. A Secretaria de Agricultura de SP vem desenvolvendo ações para explorar esse ‘pré-sal caipira’ com foco no biometano, como a simplificação do licenciamento ambiental para usinas produzirem o biocombustível.
O Governo de SP também preparou um projeto de lei para isentar o IPVA de caminhões e ônibus movidos a hidrogênio, biogás, biometano e os híbridos que tenham como segunda fonte o etanol, incentivando a demanda. A previsão é que 30 novas unidades sejam instaladas nos próximos dois anos, sendo 20 em São Paulo.
Há quase 180 usinas registradas, e 70 estão a 20 quilômetros de gasodutos existentes, apresentando uma vantagem logística para a produção e transporte do biometano. Se aproveitado ao máximo, o potencial do biometano permitiria substituir 70% do diesel consumido no país e 40% da demanda de energia elétrica.
Etanol Mais Verde
Durante a Fenasucro & Agrocana 2024, o Governo de São Paulo institui um grupo de trabalho dedicado à atualização do Protocolo Etanol Mais Verde, que tem o propósito de promover o desenvolvimento sustentável do setor e enfrentar os desafios da mecanização da colheita canavieira.
“Temos uma parceria positiva com o setor sucroalcooleiro, temos muito a avançar e trata-se de um setor que vai dar uma grande contribuição para a transição energética do País, colocando São Paulo na vanguarda no âmbito de combustíveis de aviação, de biometano e de hidrogênio verde”, ressaltou o governador Tarcisio de Freitas.
O documento institui um grupo que envolve duas secretarias estaduais (Agricultura e Meio Ambiente), a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) e entidades representantes do setor. Com validade de 12 meses, o grupo se dedicará à otimização do programa e efetividade das políticas públicas desenvolvidas pelo Governo do Estado junto às usinas.
O Protocolo, firmado em 2017, conta com 130 signatárias, sendo 117 usinas (84% das unidades operantes em SP) e 13 associações de fornecedores de cana, representando mais de 5.120 fornecedores (50% dos fornecedores de cana paulistas), que se comprometem a implantar e cumprir Dez Diretivas Técnicas de Sustentabilidade, e enviam anualmente documentação de acompanhamento, com indicadores dessas diretivas.
No total, são 4,4 milhões de hectares compromissados com boas práticas agroambientais, com participação de 91% da cana processada no Estado de SP e 43% da produção nacional de etanol. Segundo o programa, até 2023 já foram evitadas emissões de 12,2 milhões de toneladas de CO2 e 73,8 milhões de toneladas de outros poluentes atmosféricos, equivalentes à poluição gerada por 214 mil ônibus circulando ao longo de um ano.
A iniciativa também reduziu em 52% o consumo de água pela indústria sucroalcooleira paulista, além de preservar mais de 8 mil nascentes e cerca de 139 mil hectares de mata ciliar. “Todas essas ações colocam o Brasil numa situação de liderança nesse processo de transição energética, aproveitando todo o potencial que nós temos aqui”, concluiu o governador de São Paulo.