Menino morre ao esperar 12h por soro após picada de cascavél em Panorama

“criança foi transferida para Presidente Prudente, mas foi a óbito”

Heloísa Barrense/UOL

O menino de 2 anos, que morreu após ser picado por uma cascavel no sábado (18) em Panorama (SP) durante um acampamento, esperou 12h para receber o soro antiofídico, segundo a mãe, a dona de casa C.J., 38. A mãe disse que levou o filho ao pronto-atendimento assim que percebeu que ele havia sido picado por uma cascavel.

O incidente aconteceu quando a família estava preparando o acampamento, por volta das 18h. C. diz que a família frequenta a área há anos e que o local é conhecido por moradores por ser uma zona de camping. O pai da criança conseguiu matar a cobra, levando a criança e o animal morto até o hospital municipal, segundo registro do boletim de ocorrência.

“Imediatamente depois que ele foi picado, pegamos ele e levamos ao pronto-atendimento de Panorama. O médico deu soro de hidratação e antibiótico. Ele ficou em observação até domingo. Só deram o soro contra veneno no dia seguinte [manhã de domingo], cerca de 12 horas depois que chegamos lá” – relata a mãe.

C. diz que o bebê não apresentava reação e que o pai dele questionou sobre o estado de saúde da criança. “O médico só dizia que ele estava bem, que estava respirando”. O menino foi transferido para um hospital em Presidente Prudente com um quadro de saúde gravíssimo. “Já era tarde demais. A enfermeira disse ‘mãezinha, vamos fazer o possível, mas não sabemos se ele volta'”, lembra a mãe.

A criança foi intubada e reanimada por 40 minutos, segundo a mãe. No entanto, não resistiu e morreu. “É muito triste. Uma dor muito grande. Se não tivessem demorado para aplicar o soro contra o veneno, o meu menino estaria aqui, correndo para todo lado, brincando, como ele sempre fazia. Se ele estivesse bem, como o médico falou, ele não teria morrido”.

A Polícia Civil apura a morte, segundo informou a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública). O caso foi registrado como morte suspeita/acidental e solicitado exame ao Instituto Médico Legal. O UOL entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Panorama para um posicionamento. O texto será atualizado assim que houver manifestação.