“Manda os funcionários tomar no c*”, diz diretor da Santa Casa ao ser questionado por vereadores

“parlamentares estiveram visitando a entidade e sairam indignados com situação”

José Carlos Bossolan

Os vereadores Sérgio Santaela, João Máximo, Rodarte dos Anjos, Hernani da Bahia e o assessor parlamentar, William Siqueira (representando o vereador Geraldo Shiomi que está em viagem), estiveram nesta terça-feira (05/12), realizando vistoria técnica na Santa Casa de Andradina, para verificar a situação da entidade, que somente neste ano recebeu R$ 11.864.253,33 de aporte financeiro da Prefeitura de Andradina.

Foram R$ 11.651.753,33 após a intervenção em 15 de maio e apenas R$ 211.500,00 entre janeiro e abril deste ano, que eram objeto de TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), firmando entre a Prefeitura de Andradina, Santa Casa e Ministério Público para custear salários médicos de plantões de fundo.

“equipamentos da Santa Casa que cusraram R$ 839.220,00 , macas e outros utensílios estão no relento – vídeo – crédito: William Siqueira”

Dilapidação do patrimônio da Santa Casa de Andradina, equipamentos que custaram quase R$ 1 milhão acomodados no relento, máquinas que foram adquiridas por R$ 839,2 mil coberto com lona e ao ser questionado pelos vereadores Sérgio Santaela e Hernani da Bahia sobre a reclamação dos funcionários da entidade por não terem recebido a 1ª parcerla do décimo terceiro e se haveria risco de atraso nos salários, o diretor financeiro da instituição teria esbravejado – “olhando no seu olho, manda esses funcionários tomar no c*”.

Segundo os vereadores, outro fato que chamou a atenção foi quando o telefone da entidade tocou e Devanir Pimenta – Deva teria dito – “não vou atender esse ‘porra’, diz que estou no Japão”, em tocante destenpero do diretor financeiro da Santa Casa de Andradina, que estaria recebendo salário de R$ 20 mil mensalmente.

Procurado por nossa reportagem na manhã desta quarta-feira (06/12), sobre sua fala, o diretor financeiro da Santa Casa não respondeu ao questionamento, se teria usado as palavras de baixo calão ao se referir aos funcionários da entidade de saúde, que não sabem se receberão seus salários neste mês.

“obra inacabada e equipamentos sem acondicionamento adequado – foto: crédito – William Siqueira

A lavandeiria e cozinha que estavam sendo construídas na gestão anterior a intervenção do prefeito Mário Celso Lopes na Santa Casa de Andradina está paralizada e pior, o barracão que cobriria às instalações, fruto de convênio com o Governo Federal no valor de R$ 1 milhão, foi desmonatada e instalada entre a desativada recentemente UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e o Ginásio Municipal de Esportes, para cobrir veículos da saúde.

“cobertura metálica da Santa Casa foi removida e instalada ao lado da UPA e Ginásio Agenor Francisco”

Segundo Sérgio Santaela, o mesmo aconselhou Devanir Pimenta a cobrir os equipamentos ou transferir para um local adequado, para que os não acarrete maior prejuízo aos materiais da entidade, já que a cobertura que protegeria os equipamentos foi desmontada pela Prefeitura de Andradina.

INTERVENÇÃO

“Para o melhor serviço de saúde pública da comunidade”, disse o prefeito, Mário Celso Lopes ao deixar Santa Casa de Andradina ao deixar a Santa Casa em 15 de maio. Porém a atual gestão de Andradina na área da saúde é uma das piores dos últimos mandatos, com avalanches de ações judiciais para realização de procedimentos, em destaque de casos cirúrgicos e medicamentos de alto custo. Até óbitos por suspostas negligências são relatados no município.

“prefeito justifica intervenção na Santa Casa em 15/05 – vídeo: crédito/Edy Júnior”

Segundo o decreto, “a deficiência das ações e serviços da Santa Casa de Andradina e a situação gravosa e calamitosa a que chegou, com
notório prejuízo do atendimento hospitalar, e grave risco para a própria preservação da vida humana. Considerando que o instituto de direito público da requisição, na modalidade da intervenção, é o meio adequado para o Poder Executivo Municipal atender situação de perigo iminente que comprometa a promoção, a proteção, e a recuperação da saúde pública, garantindo a manutenção do adequado funcionamento das instalações da Santa Casa de Andradina, fazendo-as com recursos humanos e materiais de que dispõe, mediante o uso dos equipamentos, móveis e instalações pertencentes a instituição de saúde” – justifica Mário Celso.

“Reclamações usadas por Mário Celso recai sobre unidades geridas pelo municipio”

Com aval do Ministério Público e do Poder Judiciário, que negaram o mandato de segurança impetrado pela diretoria da Irmandade da Santa Casa de Andradina, afim de suspender o decreto de intervençao, Mário Celso Lopes não tem demonstrado os riscos que a entidade possui de fechar suas portas na gestão anterior.

Hoje, com a prorrogação do decreto de intervenção por mais um ano, a situação da Santa Casa de Andradina vem se agravando financeiramente. Isso sem falar que as despesas mensais da entidade triplicaram durante o perído de intervenção, segundo relatório enviado a Câmara de Andradina em setembro.

Não há informações de onde o dinheiro público está sendo empregado na Santa Casa de Andradina. Segundo comentários, o interventor nomeado, dr Edson Lopes Ferreira e reconduzido ao cargo por mais 1 ano, estaria deixando a gestão da unidade de saúde, por descontentamentos e até mesmo suposta fala de um de seus netos, que teria supostamente ouvido em ambiente escolar, comentários envolvendo o médico interventor e o prefeito de Andradina.

Com déficit milionário em 2023, o prefeito de Andradina, Mário Celso Lopes prorrogou o prazo de intervenção na Santa Casa de Andradina por mais 12 meses. O Decreto 7655/23, foi publicado na quarta-feira (01/11), no Diário Oficial de Andradina. Os indicativos demosntram que a Santa Casa de Andradina está beirando a falência, já que a saúde financeira da entidade se agravou após a intervenção, com risco de suspensão das atividades, paralisação de funcionários caso os salários e outros direitos trabalhistas não sejam pagos.

Porém a má gestão elencada pelo chefe do executivo para justificar o decreto intervencionista, vem permanecendo neste período de gestão provisória, com falta de pagamentos de dívidas da entidade, inclusive com ação protocolada por um bando, cobrando R$ 4.486.914,53 da Santa Casa de Andradina e uma outra fornecedora que cobra R$ 149.606,20.

O prefeito de Andradina, Mário Celso Lopes no ápice de sua ignorância, criticou o convênio da Santa Casa de Andradina com a saúde indígena, dizendo que não gerava nenhum benefício para a entidade, porém seu grupo aceitou prorrogar o contrato com o Ministério da Saúde até 31 de julho de 2024 de R$ 140 milhões.

“Essa saúde indígena tem um quadro de 500 funcionários esparramados por aí. Com qual benefício? Nenhum, drenando daqui, drenando dali, e por isso a Santa Casa de Andradina não consegue mais andar… Aqui não tem índio, e tem 500 na folha de pagamento lá, e trabalha para a saúde indígena, e está em baixo da Santa Casa de Andradina… Contratos estratosférico como esse saúde indígena. Nada tem a ver conosco. Nem de perto, sabe. Para a Santa Casa de Andradina celebrar um contrato com a saúde, como o Ministério da Saúde, para cuidar da saúde indígena, os postos de saúde indígenas, assim em última hipótese se Andradina encravada no meio de várias comunidades indígenas, como acontece lá no Xingú, que eu conheço. Tem várias comunidades indígenas, na Rondônia que eu conheço pessoalmente, várias comunidades indígenas, mas o que Andradina tem a ver? O que a Santa Casa de Andradina tem a ver com comunidade indígena para celebrar um contrato de 140 milhões de reais? E qual benefício trouxe para a Santa Casa? – disse o prefeito em coletiva, dia 15 de maio.