Joni ataca e Paulinho detona postagem de ex-prefeito

“Joni criticou e Paulo rebateu, escancarando pontos fracos de seu ex-aliado de outrora”

José Carlos Bossolan

Os ânimos se acirraram em Castilho entre os ex-aliados políticos de outrora, Joni Buzachero e Paulo Boaventura. O ex-prefeito quis polemizar sobre a realização de festa do peão, em relação a um caso de um munícipe que necessita de cirurgia, inclusive com determinação judicial para a realização do procedimento, cuja responsabilidade é do Governo do Estado.

Paulo Boaventura por sua vez não deixou barato e relembrou a fraude do concurso praticado durante a gestão de Buzachero, da cobrança de ingressos em festa custeada pelo poder público, além da mortandade de crianças, culminando com a interdição do centro cirúrgico e maternidade de Castilho no ano de 2007, ainda no segundo mandato do ex-prefeito castilhense, que agora é crítico da saúde do município.

Tempo fechou

Às 13h46 desta segunda-feira (03/06), o ex-prefeito de Castilho, Joni Buzachero postou “Nota de Repúdio: Priorização de festa em detrimento a saúde”. Às 8h18 desta terça-feira (04/06), o prefeito de Castilho, Paulo Boaventura rebateu as acusações do ex-prefeito do município por três mandatos com “Nota de Repúdio da Hipocrisia”.

Aliados nas eleiçõe de 2012, quando Joni Marcos ainda usava o “Buzzachero” com um “Z”, foi eleito para seu terceiro mandato de Castilho, Paulo Duarte Boaventura foi eleito vice-prefeito na chapa vencedora. A relação começou “azedar” entre os ex-aliado em 2016, quando Joni estava com a popularidade em baixa, após a fraude do concurso de 2014 vir à tona pela “Operação QI” do GAECO de Ribeirão Preto.

Naquele momento, as investigações acabaram mostrando que a empresa vencedora para aplicação das provas, a Persona, negociou vagas de concursos em diversas cidades, com anuência de políticos locais, inclusive em Castilho, onde o MP aponta participação de Joni na escolha dos candidatos aprovados.

Em 2016, sem o apoio de Joni Buzachero, que poderia disputar a reeleição, mas não o fez, Paulo Boaventura foi o escolhido para disputar às eleições naquele ano, sendo derrotado por Fátima Nascimento. Os apoiadores de Paulinho, acusaram Joni de “traição”, já que o mesmo alongou até o último minuto sua desistência e também não apoiou Paulinho naquele pleito.

A “roda da política” girou em 2020, quando veio o “troco”. Fátima Nascimento que poderia ir para a reeleição, não o fez, deixando o confronto aberto entre Paulo Boaventura e Joni Buzachero. O atual prefeito de Castilho teve praticamente o dobro de votos do candidato derrotado, com resultado de 62.92% contra 31.83%.

“Joni e Paulo foram aliados em 2012; de lá pra cá, viraram adversários”

Naquele pleito, Paulo Boaventura foi eleito com 7.435 votos contra 3.761 de Joni Buzachero. Nas eleições deste ano, o clima tende a se acirrar ainda mais entre os 2 ex-aliados. Com ao menos 5 pré-candidatos na disputa em Castilho, sendo Paulo Boaventura disputando a reeleição, Joni Buzachero em busca do quarto mandato, Fátima Nascimento, buscando gerenciar o município pela segunda vez, Marcos Visual (ex-prefeito de Paulinho e tentando o primeiro mandato) e Evandro da rádio, agora no PT, também pleiteando o executivo pela promeira vez.

Para quem acreditaria que a dupla Joni/Paulo iriam fazer parte do mesmo palanque, parece que a “fervura” foi de mais, para esfriar os ânimos até julho (perído das convenções). Esse será apenas o promeiro de muitos “hounds” na política castilhense. Veja abaixo o que disse Joni e Paulinho, neste capítulo do racha na política castilhense.

Joni – *NOTA DE REPÚDIO : PRIORIZAÇÃO DE FESTAS EM DETRIMENTO DA SAÚDE.*Queridos cidadãos,Hoje, venho a vocês com o coração pesado e a alma indignada. Nossa cidade, uma comunidade vibrante e trabalhadora, merece mais do que uma liderança que prioriza o brilho momentâneo sobre as necessidades vitais de nossos irmãos e irmãs.Hoje, testemunhamos através de som automotivo a realização dos festejos que sempre ocorrem no aniversário do município, estranhamente no mês de junho, porque será?Isso representará um investimento impressionante de R$1.500.000,00 em apenas três dias de festa de peão. Embora seja importante celebrar nossas tradições e culturas, não podemos ignorar o preço humano que estamos pagando. Enquanto a música tocará e os fogos de artifício iluminarão o céu, um de nossos próprios filhos, um pai dedicado, que luta para recuperar sua voz e seu lugar ao lado de sua família.Imagine, por um momento, a dor e o desespero de uma criança de três anos que nunca ouviu a voz do pai. Uma voz que deveria ser um porto seguro, um som de amor e proteção, está silenciada por consequência de um procedimento médico e que pode ser revertida. No entanto, esse direito básico à saúde e ao bem-estar é constantemente negligenciado, enquanto os cofres públicos são esvaziados para eventos temporários.Esse pai, que sobreviveu a um período terrível na UTI, enfrenta agora uma luta igualmente dolorosa para recuperar sua voz. Ele não pode falar sem arriscar danificar suas cordas vocais permanentemente. O desespero dessa situação levou- nos a uma ação judicial, e mesmo assim, a decisão do juiz que deu um prazo de seis meses para a realização da cirurgia foi ignorada. Vemos a prefeitura e o Estado jogarem a responsabilidade um para o outro, enquanto uma família vive em agonia.Não se trata apenas de uma cirurgia. Trata-se de dignidade, de respeito e de humanidade. Gastar R$1.500.000,00 em três dias de festa, enquanto uma vida pende na balança, é um ultraje. É uma falha moral de nossa liderança. Como podemos dançar e festejar enquanto um de nossos próprios cidadãos sofre em silêncio?Conclamo a todos vocês para refletirem sobre o tipo de comunidade que queremos ser. Precisamos exigir mais de nossos líderes, precisamos ser a voz daqueles que foram silenciados. É hora de colocar as prioridades em ordem e lembrar que a verdadeira força de uma cidade se mede pela forma como cuidamos dos mais vulneráveis.Vamos nos unir, não apenas em festividades, mas em compaixão e ação. Lutemos por uma cidade onde cada voz é ouvida e valorizada, onde o brilho não se limita às luzes da festa, mas à dignidade e ao bem-estar de todos os seus cidadãos.Com profunda esperança e determinação, fica aqui o meu desabafo!

Paulo – *REPÚDIO À HIPOCRISIA!*É lamentável a atitude do ex-prefeito Joni Buzachero que busca nas redes sociais holofotes para tentar se projetar politicamente desconstruindo o outro. Ele usa uma falsa nota de repúdio contra o atual gestão, mas esquece que o maior repúdio ele sofreu da própria população castilhense na última eleição.Mas se ele quer falar de REPÚDIO, vamos relembrar alguns fatos que marcaram sua Gestão e desmascarar esta hipocrisia disfarçada em pele de cordeiro. Que tal uma nota de repúdio ao concurso público fraudado de 2014? Por conta disso muitos pais de família estão sendo mandado embora judicialmente. Ao todo são 100 pais de famílias nessa situação. Corta o coração ao saber que esse pai vai chegar em casa e anunciar que está desempregado. E como fica o aluguel? Ou a prestação da casa, a prestação do carro? A compra do mês? E como contar para o filho que foi mandando embora da Prefeitura porque o concurso realizado teve fraude.Será que é o atual Gestor que tem falha Moral de liderança??Na gestão “tão honesta” do sr. ex-prefeito houve o concurso fraudado de 2014…que fere princípios éticos e legais, como a igualdade de oportunidades e a integridade do processo seletivo. A prática de fraude compromete a justiça e a transparência, prejudicando candidatos honestos e a credibilidade da gestão.Que tal uma nota de REPÚDIO ao irrisório e mesquinho 1% de aumento dado ao funcionalismo público? Servidores esses que tanto trabalham para o desenvolvimento de nossa cidade. Mas que foram desvalorizados e humilhados em praça pública.Que tal uma nota de REPÚDIO às famílias que perderam suas crianças prematuras e até mesmo àquele pai que perdeu a esposa e o filho juntos pela má gestão na Saúde?Mas corta o coração ao saber que várias dessas famílias que perderam seus entes queridos nunca mais vão poder dar o abraço no filho ou na mãe.Que tal uma nota de REPÚDIO ao Gestor que sempre foi contra as Festas do Peão na cidade? Não realizava e não permitia que terceiros também o fizessem? Por esse motivo, tenta denegrir quem realmente dá o devido valor a esses profissionais. Corta o coração ao saber que as raízes e tradições de nossa cidade estavam sendo abortadas e menosprezadas. Quantos peões de Rodeio temos em Castilho e que dependem de eventos como esses para o sustento da casa. Que tal uma nota de REPÚDIO a Festa do Pescador de 2015, na qual o ex-prefeito contratou as duplas Munhoz & Mariano (no auge), e Gino & Geno cobrando ingresso na portaria dos munícipes?Uma festa que lá se vão quase 10 anos…na época custou aos cofres públicos uma fortuna de reais e o pior, houve a cobrança de bilheteria. Não é a toa que esses artistas tiveram os piores públicos em suas carreiras naquela ocasião, sendo uma grande VERGONHA para Castilho e decepcionante para os munícipes que não puderam usufruir da festa, mesmo esta sendo totalmente custeada pelo poder público. Isso sim, é rir na cara da nossa população!Quanto ao morador que ex-prefeito utiliza para fazer de PALANQUE POLÍTICO é um caso que já está com as providências tomadas. Se trata de uma cirurgia delicada e de total competência do Estado, a qual judicialmente já foi lhe dado o direito ao devido tratamento de maneira eletiva com prazo de cumprimento pela secretaria do estado de 180 dias contados a partir do recebimento, assim legalmente não é possível que o município assuma a responsabilidade imputada ao estado, inclusive sendo de fato um procedimento de média complexidade que deve ser feito em prestador do estado, o município presta toda a assistência, garantindo transporte, medicamentos, exames e profissional especializado para reabilitação pós cirúrgica, assumindo a responsabilidade de sua competência.Fica claro que o objetivo é fomentar raiva e indignação na população para autopromoção, isso sim… é uma prática antiética, imoral, reprovável.Então…deixamos aqui registrada a nossa nota de repúdio a hipocrisia àquele que por três vezes (12 anos) teve a oportunidade fazer mais e melhor para a população e não fez. Isso sim é lamentável e de cortar o coração!