Em ação milionária, corretor de Andradina “mente” em audiência e juiz prende por falso testemunho

“juiz já havia advertido que corretor poderia ser preso por desacato ao chamar magistrado de rapaz”

José Carlos Bossolan

Durante audiência realizada na quarta-feira (25/10), conduzida pelo juiz Pedro Luiz Fernandes Nery Rafael da 3ª Vara da Comarca de Andradina, em uma ação milionária, um corretor de imóveis recebeu voz de prisão por falso testemunho. Antes mesmo de determinar a prisão, o magistrado já havia advertido ao declarente que o mesmo poderia ser preso por desacato, já que por diversas vezes se referiu ao juiz como “rapaz”.

“juiz já havia advertido o corretor”

“O senhor é um corretor de imóveis que não sabe quem é, como se deu o negócio”. Neste momento o juiz é interrompido e faz a advertência – “Eu não sou rapaz, sou juiz de Direito eu trabalho. O senhor não me interrompa… O senhor está me interrompendo de novo. Eu não sou rapaz, sou autoridade desta audiência. Se o senhor continuar com esse procedimento, aí a prisão vai ser por desatato, o senhor já sai preso agora. O senhor tem obrigação de dizer a verdade e colaborar com a Justiça” – alertou.

C. L. V. B., recebeu voz de prisão por falso testemunho. Após pagar fiança o corretor foi liberado do cárcere a noite e responderá o processo em liberdade. Ele foi testemunha em uma ação, onde os autores da demanda, representados pelo advogado Bruno Henrique Dourado, cobram mais de R$ 1,3 milhão. Sem possuir registro no CREA como corretor e nenhuma prova que trabalhou na venda do imóvel, segundo informações os pagamentos foram feito em conta de terceiro e não do próprio prestador do serviço.

O corretor que também é empresário conhecido de Andradina no ramo de açougue, testemunhava por indicação da parte que esta sendo cobrada e acabou pego mentindo na audiência. O corretor alegou que como parte da corretagem, recebeu seu pagamento em cheque, quando o advogado Bruno Dourado de posse do documento, interpelou o mesmo, dizendo que o recebimento foi feito por TED e não cheque.

Bruno Dourado representa família que cobra R$ 1,3 milhão”

Em contato com o advogado Bruno Dourado, o mesmo informou nossa reportagem que – “ trata-se de uma ação de cobrança, onde meus clientes tem um crédito de mais de 1 milhão para receber, e durante a instrução processual a testemunha da parte contrária mentiu perante o juízo, e foi dado voz de prisão naquele momento. A meu ver, o juiz agiu de maneira correta, é uma causa que envolve muitas pessoas, muitos bens e o que se espera da testemunha é a verdade, que faltou naquele momento”.