Secom CONAFER
A CONAFER e o povo Xukuru de Ororubá têm trabalhado juntos em diversas parcerias, com ações conjuntas do +Previdência Brasil, o +Pecuária Brasil e o +Genética no Sertão que levam melhoramento genético aos pecuaristas do agreste pernambucano, o importante projeto de formação de Guardiões Ambientais que forma vigilantes e brigadistas indígenas, e mais recentemente, o projeto Albatroz, uma ideia inovadora que utiliza drones para identificar focos de dengue e malária com precisão. O Projeto Albatroz utiliza a plataforma Hãmugãy, um aplicativo de georreferenciamento de proteção dos territórios originários criado pela CONAFER. Pesqueira, a 200 km de Recife, foi a primeira cidade a conhecer esta ferramenta que tem a capacidade de diminuir, e progressivamente, eliminar a incidência de dengue nas populações urbanas e rurais. Para tratar das avaliações dos projetos conjuntos e definir novas parcerias estratégicas, o líder Xukuru cacique Marcos, recém-eleito prefeito de Pesqueira, esteve em Brasília, na sede da Confederação, em reunião com o secretário de Monitoramento e Segurança no Campo, Geovanio Katukina, quando reafirmou: “essa parceria com a CONAFER é extremamente importante. Esse avanço que nós estamos dando para o nosso município precisa continuar, evidentemente, para que nós possamos garantir esse projeto de vida e de futuro do nosso povo”
Segundo o secretário de Monitoramento e Segurança no Campo, Geovanio Katukina, “este encontro amplia a nossa relação, que não é mais só no território Xukuru. Mas eu estou falando do território pesqueiro, que hoje tem mais de 62 mil habitantes, que precisa e depende das ações do cacique Marcos como prefeito. A partir do dia 1º de janeiro, ele tomará posse e assumirá a grande missão de conduzir aquele município. E aí, a pensar para além das fronteiras do território. Então, imagine a carga e a responsabilidade, e a gente precisa se ajudar mutuamente. Se cada um fizer a sua parte, com certeza o fardo fica mais leve”.
Geovanio Katukina continuou: “a vinda do povo Xukuru aqui na CONAFER foi para falar um pouco também sobre o andamento dos trabalhos dentro do território e a partir disso a gente conseguir fazer uma estruturação, a partir dessas demandas. Quanto à questão dos equipamentos, a questão de como vai funcionar todo esse trabalho dos brigadistas e vigilantes Xukuru. Então, a partir de agora é mesmo a questão do trabalho. E, além disso, com o convênio com o município de Pesqueira, a gente tem o Albatroz, que é outro projeto voltado para a questão de saúde que a gente esse mês também vai tocar lá, terceira etapa já do projeto. E a ideia é a gente fazer a pulverização do entorno do município de Pesqueira. Mas o intuito principal da vinda dos guardiões aqui na CONAFER é justamente isso, a gente conversar, socializar as informações que estão ocorrendo dentro do território e a partir disso, traçar estratégias para o desenvolvimento do trabalho”.
Na sede da CONAFER, o cacique Marcos esteve junto com os guardiões Xukuru que o acompanham em Brasília para diversos encontros, entre eles, este de reavaliação dos trabalhos na sede da CONAFER com a discussão de novas parcerias. Para Marcos Xukuru, “o Projeto Albatroz é um projeto extremamente importante para o município de Pesqueira, tendo em vista o que nós e a população de Pesqueira, eu diria, de Pernambuco, e o país, todos têm sofrido com as viroses e esse projeto ele vem exatamente para combatê-las. Onde nós temos a chikungunya, nós temos a dengue, enfim, e outras doenças em nosso país, em nosso estado, e doenças novas que estão relacionadas com o mosquitos. E esse combate ele vem ajudar sem sombra de dúvida alguma, na melhoria da qualidade de vida das pessoas”.
Depois o cacique e prefeito de Pesqueira falou de projetos de sustentabilidade e dos Guardiões Ambientais Xukuru, formados pela Secretaria de Monitoramento e Segurança no Campo da CONAFER: “com os nossos irmãos ali no combate ao fogo, que tem esse trabalho hoje lá garantido, também tem a equipe que está muito mais voltada para a questão do cuidado ambiental. É importante que esses dois trabalhos se complementem, e que isso vai dando também para o nosso povo essa garantia do projeto de futuro, presente e futuro. Porque é preciso que nós tenhamos condições de cuidar do nosso meio ambiente e cuidando do meio ambiente, nós vamos ter vida longa, a gente vai conseguir garantir a sobrevivência, eu diria que esse planeta que está sobre a nossa grande responsabilidade, então essa missão é muito importante para a continuidade da nossa existência”.
Desde o início da operação do projeto Albatroz, mais de 700 focos do mosquito já foram identificados para avançar no processo de extermínio. Ao permitir uma abordagem mais rápida e eficiente, esta tecnologia traz mais segurança para a saúde pública e proteção ambiental. A ideia começou a se materializar quando o município de Pesqueira e a CONAFER firmaram o compromisso de combater a dengue por meio de convênio publicado no Diário Oficial da União. Com o uso de drones para mapeamento e tratamento das áreas de reprodução do mosquito Aedes Aegypti, o Projeto Albatroz teve início em junho e terá duração de 12 meses, com possibilidade de prorrogação por até 48 meses, mediante termo aditivo. A execução é supervisionada e fiscalizada pelo município, por meio de seus órgãos competentes, garantindo conformidade com os termos do convênio.
Projeto Albatroz é exemplo para o país
Combater a dengue em nosso país é um desafio em larga escala, por isso este continua a ser um dos maiores desafios de saúde pública no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o país registrou mais de 1,4 milhão de casos prováveis de dengue em 2023, com cerca de 1.000 mortes causadas pela doença. A doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, é uma preocupação constante, especialmente em períodos de maior incidência de chuvas, que propiciam a formação de criadouros.
O Projeto Albatroz se destaca como uma solução tecnológica inovadora que pode ser replicada em outras cidades brasileiras. Com uma abordagem mais ágil e precisa, o uso de drones pode transformar o controle da dengue em áreas urbanas e rurais, contribuindo para a diminuição da incidência da doença no país. O sucesso em Pesqueira sugere que esta metodologia pode se expandir para outras regiões, potencialmente revolucionando a forma como as cidades enfrentam surtos de arboviroses, como a dengue, zika, chikungunya, oropouche e febre amarela. Mais do que uma ação local, o Projeto Albatroz aponta para um futuro em que a tecnologia estará cada vez mais a serviço da saúde pública, contribuindo para o bem-estar das comunidades, especialmente aquelas mais vulneráveis. Uma missão que a CONAFER e Pesqueira abraçaram e juntas vão levar adiante. Sem dúvida, este é um modelo de ação que pode ser replicado em muitos municípios brasileiros.