Com 9 dias de interdição, Prefeitura não aplicou nenhum valor na Santa Casa

“prefeito alegou problemas financeiros da entidade para promover intervenção da entidade”

José Carlos Bossolan

Desde a segunda-feira (15/05), quando o prefeito de Andradina, Mário Celso Lopes editou o decreto de intervenção na Santa Casa de Andradina, alegando “situação de emergência e requisição administrativa por intervenção na Santa Casa de Andradina para manutenção da assistência médico hospitalar, bem como a manutenção dos serviços de saúde integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) no município de Andradina”, nenhum valor foi destinado a entidade filantrópica.

Na última sexta-feira (19/05), trouxe publicação no Diário Oficial do município com a liberação de R$ 655 mil através de emendas impositivas de vereadores de Andradina para manter serviços de atendimentos hospitalares de qualidade, promovendo melhorias destinadas aos atendimentos para os usuários do SUS. Mas o valor ainda não consta na conta da instituição, segundo dados públicos municipais. Nenhum valor foi despendido pela administração municipal por iniciativa própria para ajudar a Santa Casa de Andradina.

O que se viu neste período de intervenção foi o mesmo descaso que a saúde pública municipal, vem atravessando sob a gestão de Mário Celso Lopes. Na última semana, uma criança de 5 anos teria sido supostamente uma vítima do sucateamento da saúde pública de Andradina, onde a menor havia sido diagnosticada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) com “gases”, e posteriormente ficou evidenciado que a criança estava com problema pulmonar, e mesmo com realização de procedimentos médicos na Santa Casa de Araçatuba, infelizmente a paciente foi a óbito.

“Para o melhor serviço de saúde pública da comunidade”, disse o prefeito, Mário Celso Lopes ao deixar Santa Casa de Andradina na tarde de segunda, logo após dar ciência a entidade do teor do decreto. Segundo dados do Portal da Transparência da Prefeitura de Andradina, desta quarta-feira (24/05), nenhum valor foi repassado para os cofres da Santa Casa de Andradina para manutenção dos serviços de saúde.

“Durante a vigência da intervenção, nenhum valor foi destinado a Santa Casa de Andradina pela Prefeitura”

A justificativa do prefeito de insuficiência financeira pela entidade de saúde, cai por terra para manutenção do decreto, que até aqui não teria outra conotação a não ser política, e nenhuma ação para o bem da população andradinense e regional, já que a situação financeira da Santa Casa permanece inalterada pós intervenção municipal.

O último repasse para a Santa Casa de Andradina, de acordo com o mesmo portal de informação público, teria sido realizado em 20 de abril, no montante de R$ 169.200,00 de autoria do vereador Sérgio Santaela e R$ 42.300,00 da vereadora Elaine Vogel, para a aquisição de equipamentos, ambos objeto de emenda impositiva parlamentar.

Nem mesmo o cumprimento dos repasses obrigatórios pelo TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para custear despesas de médicos do plantão de fundo da Santa Casa foram repassados entre os meses de abril e maio. Ainda de acordo com o próprio Portal da Transparência, a obrigatoriedade do pagamento ao plantão de fundo que além da Prefeitura de Andradina, também é custeado pelos municípios de Castilho, Murutinga do Sul e Nova Independência não ocorreu antes mesmo do decreto municipal, evidenciando a intenção da administração municipal de Andradina de estagnar financeiramente a entidade filantrópica para prevalecer interferência na unidade hospitalar.