Câmara de Andradina aprova moção de repúdio contra presidente de sindicato

“vereadores desagravaram áudio do presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Andradina”

José Carlos Bossolan

Um dos assuntos que ganhou os holofotes na sessão desta segunda-feira (09/10) da Câmara de Andradina, foi a moção de Repúdio contra o presidente Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Andradina, Marco Antônio Alves – Markin Alves. A propositura do vereador Hugo Zamboni e subscrita por todos vereadores, se refere a comportamento e palavras ofensivas do sindicalista contra os vereadores andradinenses.

Segundo o documento aprovado por unanimidade, no último dia 6 de outubro, Markin Alves enviou mensagens de áudio em grupos de aplicativo de celular, no qual ataca os membros do legislativo – “Pra você ver, o maior erro do funcionário é procurar vereador. Vereador só faz política cara. Onde eles vê que a coisa é séria, que a coisa é difícil, entendeu? Não é que sindicato informou nada não, é que o vereador só tá aí pra enganar. Pra enganar o funcionário, pra mentir. Quando a coisa já tá ganha, que o sindicato trabalhou, entendeu? Conquistou, eles correm e falam que foi eles, mas quando têm que ir para a briga, pro enfrentamento, pra real defesa do servidor, eles tiram o peito fora, entendeu? Tira o deles da reta, então cara, o servidor tem que procurar o sindicato. É o sindicato que verdadeiramente vai luta por eles”.

No dia 4 de julho, o sindicalista já havia feito postagem em rede social, se manifestando contrário aos vereadores. Na oportunidade, Markin Alves disse que quem representa os interesses dos funcionários é o sindicato e não vereadores. Na mesma postagem de julho, Hugo Zamboni já havia questionado a publicação.

“O Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos acredita que não é atribuição do vereador fiscalizar o cumprimento de Lei Municipal. Eu, obviamente, discordo! Essa publicação se refere a minha atuação lutando pelo direito que entendo que parte dos servidores lotados na saúde tem direito adquirido a realizar 6 horas de trabalho de acordo com a Lei 2.092/2004. Esta lei foi ignorada por ato administrativo da secretaria que ordenou realização da jornada completa (fiz menção em uma outra publicação minha). Discordo e continuarei trabalhando pelo servidor pois acredito que só através de um funcionalismo público mais forte, reconhecido e motivado será possível melhorar os serviços públicos na ponta, na educação, na saúde, e enfim melhorar a vida do andradinense” – comentou o vereador Hugo Zamboni em 4 de julho.

De acordo com o vereador, no passado o sindicato se unia com a Câmara pra lutar pelos servidores, fazia embates, greves, entrava na justiça, entrava e ganhava. Hoje metade da diretoria é composta por funções de confiança e cargos em comissão do governo e ganhou a eleição com chapa única impugnando a chapa concorrente.

“Não tenho rabo preso com ninguém e as guerras que travo pelos servidores que me procuram, quem tem que saber sabe. Se incomoda alguém não ligo. O sindicato hoje só aparece quando surge uma polêmica, para fazer o que se chama de “capitalização”, escreve um papel timbrado e publica pra dar satisfação a uma ínfima parcela de servidores que ainda pagam o sindicato pra ter acesso a convênios. O que fez o sindicato pela suspensão dos certificados que gerou inúmeras sindicâncias? O que fez pela não contabilização dos títulos dos professores? O que faz pela divergência do entendimento do piso da enfermagem que está sendo pago com base nas 40h? O que faz pelo enquadramento dos auxiliares de enfermagem para técnicos? O que fez pela condição de trabalho das ADI? Dos auxiliares da inspeção sanitária que trabalham emprestados sem chefe. O que faz pelos servidores nas obras sem EPI?” – indaga o vereador Hugo Zamboni.