Câmara de Andradina aprova financiamento de R$ 26 milhões sem saber onde será investido valores

“juros serão de no mínimo R$ 24 milhões em 8 anos”

José Carlos Bossolan

Sem saber onde de fato serão investidos os R$ 26 milhões, a maioria dos vereadores aprovaram de a Prefeitura de Andradina a contrair financiamento que gerará no mínimo R$ 24 milhões em juros no período de 8 anos. Segundo o pedido enviado à Câmara de Andradina, pelo prefeito, Mário Celso Lopes quer obter empréstimo junto a Caixa Econômica Federal de R$ 26 milhões com juros de 4,15% ao ano, além dos índices de CDI (Certificado de Depósito Interbancário) que tem atingido o índice de 7,65% neste ano.

“8 vereadores foram favoráveis ao financiamento, mesmo sem saber onde será gasto de fato o valor”

Porém, a Prefeitura de Andradina não enviou o projeto básico de onde será aplicado o vultuoso montante. Mesmo assim com os votos dos vereadores, João Máximo, Rodarte dos Anjos, Professor Luzimar, Careca da natação, Eloá Pessoa, Guto Marão, sargento Faustino e Guilherme Pugliese, o financiamento foi aprovado.

Segundo dados do Portal Transparência da manhã desta segunda-feira (20/12), constava com saldo nos cofres públicos municipais o montante de R$ R$ 18.379.113,31, o que permitiria a administração municipal iniciar os investimentos, sem a necessidade de contraria tal dívida que vai gerar no mínimo juros de R$ 24,5 milhões.

“Hernani, Zamboni, Mazotti e Santaela foram contrários ao ‘contrato em branco'”

Os vereadores Hugo Zamboni, Sérgio Santaela, Hernani da Bahia e Fabrício Mazotti foram contrários ao projeto. O presidente Coxinha Prando por questão regimental não votou e os vereadores Elaine Vogel e Lucas Lopes estavam ausentes.

“Cixinha não votou e Elaine e Lucas estavam ausentes na sessão”

Esses mesmos vereadores que aprovaram o financiamento milionário, são os mesmos que não assinaram a CEI (Comissão Especial de Inquérito) por fraude licitatória na ordem de R$ 119 mil em meados do ano envolvendo as estradas vicinais ADD-247 e 050. Alguns chegaram a declarar que confiam plenamente na administração municipal, agindo como “meros assessores legislativos” em favor do executivo e não como fiscais da administração municipal.

A primeira obra feita pela gestão de Mário Celso Lopes foi a galeria da via Marginal, cuja mesma no dia 02 de dezembro causou alagamento, demonstrando que não há muito planejamento e compromisso com o dinheiro público, principalmente com a população, tanto que em quase 1 ano de mandato, o prefeito de Andradina ainda não nomeou secretário municipal de Obras e mesmo assim vem gastando milhões em obras sem ser de prioridade aos munícipes.

Por outro lado, a população clama por investimentos na área da saúde, mas a prioridade da administração municipal é economizar, ao menos em remédios, ambulâncias, galerias de águas pluviais, tapa buraco, asfalto novo e muitas outras obrigações do poder público municipal. Lembrando que em fevereiro, Mário Celso anunciou uma UTI Covid, com despesas de quase R$ 1 milhão, que nunca saiu do “papel” e os recursos também foram aprovados pela Câmara.

Antes do início da sessão, os secretários municipais, Ernesto Junior e Norival Nunes fizeram reunião com os vereadores, mas não entregaram se quer onde será gasto o milionário valor e mesmo assim a maioria dos vereadores “assinaram o contrato em branco”.