“órgão da saúde indígena não estaria mantendo atendimento regularmente”
José Carlos Bossolan
Indígenas da Aldeia Pequi, localizada no município de Prado (BA), estão cobrando da Sesai (Secretaria da Saúde Indígena), a regularidade do atendimento médico e odontológico na comunidade que é liderada pelo cacique Caxixe e conta com aproximadamente 90 famílias da etinia Pataxó. Apenas 6 consultas são oferecidas, mas a demanda é muito maior, segundo as lideranças da comunidade.
Segundo o cacique, o órgão da saúde, está disponibilizando apenas 6 atendimentos para a população – “a minha preocupação é tão grande pelo número de famílias que eu tenho na minha comunidade. Estamos com quase 90 famílias, e no momento a equipe que vem dentro da aldeia hoje, já são quase 11 horas e ainda não chegaram. Quando chega aqui, elas (equipe da saúde), quer diminuir o atendimento. Os estou com uma lista de pessoas que só 6 pessoas podem ser atendidos pelo médico e para 90 famílias é muito pouco, então com essa situação para mim não agrada e nem para minha comunidade. Com tantas pessoas que estão aí para atender, já leva um tempo sem vir e quando vem ainda é limitada” – relatou o cacique Caxixe Pataxó.
Ainda de acordo com o líder da comunidade, além da falta de atendimento médico que supra a demanda da TI (Terra Indígena) Pataxó Comexatiba (Cahy-Pequi) no extremo sul da Bahia, a comunidade vem sofrendo com a falta de atendimento odontológico regular, onde segundo o cacique Caxixe, ficaram sem atendimento por mais de 6 meses e o retorno, não supre a demanda, especialmente das crianças que necessitam de tratamento.
Para o vice-cacique, Siatã Pataxó, os indígenas vem sofrendo com a colocação de cotas nos atendimentos por parte de membros da Sesai, com escala pré-definida pelo órgão público federal, com os nomes das pessoas que irão receber o atendimento. “Estão escolhendo as pessoas para serem atendidos; Estamos aqui nesta manhã reivindicando que a saúde seja para todos e não só para 6. Espero que a Sesai não coloque limites e trabalhe da forma que a gente quira”.
Nossa reportaegm entrou em contato com as assessorias de comunicação do Ministério da Saúde, Secretaria da Saúde Indígena e com o Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia para obtermos informações de quando a demanda da população da Aldeia Pequi será resolvida, tanto na questão dos atendimentos médicos, quanto odontológicos.
Nesta quarta-feira (12), o Ministério da Saúde se manifestou sobre o caso. “O Ministério da Saúde informa que nesta segunda-feira (10), pela manhã, a Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena (EMSI) -1 do polo base de Itamaraju esteve na aldeia Pequí realizando atendimentos de rotina. Além disso, foi realizada uma reunião com caciques e lideranças locais. Segundo dados do Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (SIASI), de janeiro a maio de 2024, foram realizados 994 atendimentos na região. O atendimento médico e de enfermagem é realizado conforme a programação, sem limite de quantidade de pessoas atendidas. Atualmente, a EMSI-1 é composta por um médico, um cirurgião-dentista, uma enfermeira, um auxiliar de saúde bucal, um técnico de enfermagem, seis agentes indígenas de saúde e três agentes indígenas de saneamento. Essa equipe oferece assistência a seis comunidades indígenas: Pequí, Cahy, Tibá, Gurita, Dois Irmãos (localizadas no município de Prado) e Renascer (localizada no município de Alcobaça), totalizando uma população de 851 pessoas. A EMSI atua de forma itinerante, atendendo as comunidades indígenas conforme um cronograma de acesso à área e a logística disponível, registrando os atendimentos nos prontuários individuais dos pacientes e no SIASI. Em relação ao atendimento odontológico, a equipe recebeu um novo consultório portátil e encontra-se em negociação a implantação de um consultório fixo no município de Prado” – informou o órgão.
Diante da manifestação do MS, a matéria foi editada com o acréscimo da versão do órgão federal, na manhã desta quinta-feira (13).