ARTESÃOS DA CONAFER: na aldeia Água Vermelha do TI Caramuru, um exemplo de artesanato com empreendedorismo rural

Secom CONAFER

Iniciamos hoje uma série de reportagens com os nossos artesãos. Nesta primeira entrevista, falamos com o associado da CONAFER, Rogério Fernandes, indígena da etnia pataxó Hã-Hã-Hãe, da Aldeia Mãe Caramuru-Paraguassu, no Sul da Bahia, município de Pau-Brasil, 545 km da capital Salvador. Nesta parte do país, milhares de indígenas pataxó Hã-hã-hãe encontram no artesanato uma importante fonte de subsistência, geração de riqueza, manutenção de suas tradições culturais, e consequente, interação com o meio ambiente pelo extrativismo, o que gera um elevado grau de sustentabilidade. Uma das missões da CONAFER é oferecer apoio técnico, capacitação e financiamento a esses produtores agrofamiliares; um desafio que se apresenta à expansão das suas demandas para melhoria das condições socioeconômicas

O artesanato indígena envolve a produção de uma grande variedade de peças, utilizando recursos naturais como madeira, fibras, sementes, penas, ossos e outros disponíveis no ecossistema onde a aldeia se encontra. A partir da coleta desse material são confeccionadas vestimentas e trajes indígenas, arco e flecha, utensílios domésticos, objetos decorativos, além de peças exclusivas, feitas sob encomenda.

“O artesão Rogério Fernandes acompanhado dos seus filhos é associado da CONAFER”

A produção das peças é feita, hoje, de forma completamente artesanal, por meio do extrativismo agrofamiliar, que trabalha com o reaproveitamento da madeira morta, como cascas e lascas de madeira de lei, sem a necessidade de desmatar e auxiliando na preservação das espécies. Para o indígena Rogério Fernandes, produtor indígena da aldeia Água Vermelha, no município de Pau-Brasil, “o maior desafio deste negócio, hoje, é buscar soluções para o transporte das peças a serem vendidas nas demais localidades do país”.

Os artesãos têm se empenhado em atender ao mercado local, vendendo seus produtos à beira de estradas, feiras e praias, aproveitando o movimento turístico da região. Segundo Rogério, também fazem parte de seu público consumidor as redes de atacado e varejo do estado e vendedores ambulantes, que compram boa parte das cerca de 50 peças produzidas pelo indígena, por semana.

O artesão indígena tem na CONAFER a possibilidade de obter crédito e orientação técnica para expandir seus negócios, investir em maquinários e ampliar a quantidade de peças produzidas, abrindo perspectivas de vendas para outras comunidades e regiões. De acordo com Fernandes, “o impacto das vendas na geração de renda para a aldeia tem sido positivo, apesar da baixa na visitação turística, devido à pandemia”.

Os artesãos já entenderam a importância de posicionar seus produtos online e diversificar seus canais de venda e é crescente, na aldeia, o uso da internet e das redes sociais, para divulgação dos produtos e realização das vendas. Eles também têm utilizado as novas tecnologias para comunicar sobre a importância de conhecer a origem destes artesanatos e o impacto socioambiental que eles proporcionam em suas vidas e territórios, contribuindo para o protagonismo dos empreendimentos indígenas.

Informações para compra dos produtos do artesão indígena, Rogério Fernandes, podem ser obtidas pelo telefone (73) 8197-7345.