Após coligação de Bolsonaro insinuar que inserções de rádio foram fraudadas, TSE pede provas

“ministro das Comunicações fez acusações e TSE dá 24h ´para apresentação de provas”

José Carlos Bossolan

Na noite desta segunda-feira (24), o ministro das Comunicações, Fábio Faria, convocou a imprensa para acompanhar o que classificou de “exposição de um fato grave na frente do Palácio da Alvorada” e anunciou que a campanha de Bolsonaro entrou com uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), para suspender a propaganda de rádio da coligação do ex-presidente Lula (PT).

Porém, Fábio Farias não soube mencionar o nome das empresas contratadas pela campanha de Bolsonaro que fizeram os levantamentos de supostas fraudes, e nem apresentou nenhuma prova que houve o suposto crime eleitoral. O ministro das Comunicações anunciou que inserções eleitorais de Bolsonaro não foram veiculadas em rádios da região nordeste, ou em quantidades menores que determina a lei eleitoral.

Em resposta a petição da coligação do presidente Jair Bolsonaro, o ministro do TSE, Alexandre de Moraes, determinou que em 24h a coligação do presidente Jair Bolsonaro (PL) apresente provas da acusação de que houve fraudes nas inserções da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em emissoras de rádio.

“Tal fato é extremamente grave, pois a coligação requerente aponta suposta fraude eleitoral sem base documental alguma, o que, em tese, poderá caracterizar crime eleitoral dos autores, se constatada a motivação de tumultuar o pleito eleitoral em sua última semana” – anunciou Alexandre de Moraes.

O ministro do TSE, alertou que se a coligação de Bolsonaro não apresentar provas do que está acusando, poderá culminar inclusive com a cassação da coligação por crime eleitoral. Alexandre de Moraes, relatou que nem na petição inicial, o citado relatório apócrifo indica eventuais rádios, dias ou horários em que não teriam sido veiculadas as inserções de rádio para a Coligação requerente; nem tampouco a indicação de metodologia ou fundamentação de como se chegou à determinada conclusão.

A campanha bolsonarista usou como parâmetro para provocar o TSE, um relatório da empresa Audiency Brasil Tecnologia. Segundo levantamento no sistema de candidaturas e contas eleitorais do TSE, feitas por nossa reportagem, a empresa criada em agosto de 2020, com sede em Florianópolis (SC), não aparece como contratada da campanha do presidente Jair Bolsonaro, nem os 3 sócios como doadores.

Com informações de Carla Araújo e Paulo Roberto Netto/UOL.