Água nas torneiras de Andradina continua com parâmetros fora do padrão e Prefeitura continua “calada”

“relatório da Arsae indica que 50% das análises possui flúor acima e 14% de coliformes”

José Carlos Bossolan

A saga da população andradinense em pagar caro pelo consumo de água em suas torneiras, ainda se vê obrigada a conviver com a qualidade baixa e inconformidades com as análises colhidas e analisadas. Segundo relatório da Arsae (Agência Reguladora dos Serviços de Água e Esgoto) de Andradina, referente ao mês de março demonstra que a qualidade da água ainda oferece risco para a população.

Para piorar, o prefeito de Andradina, Mário Celso Lopes, que está mais preocupado em usar a máquina pública em seus negócios privados, recebeu relatório da Arsae em 16 de março, solicitando medidas sobre a qualidade da água de Andradina, mas o chefe do executivo continua inerte em tomar atitude.

De acordo com o relatório, 50% das 6 análises realizadas, apresentam concentração de flúor acima do limite permitido. Já 14% das 14 análises feitas pelo Instituto Adolfo Lutz em Araçatuba e foram colhidas pelos agentes da Vigilância Sanitária de Andradina.

NOTIFICAÇÃO ANTERIOR

“Mário Celso prometeu antes e após sua eleição que analisaria o contrato”

Bandeira de campanha em sua eleição, caberá a Mário Celso Lopes cumprir as promessas e instaurar processo administrativo afim de preservar a saúde dos andradinenses ou continuar negociando com o grupo detentor da concessão, a remoção da lagoa de tratamento da Estação de Tratamento de Esgoto São Pedro I e II, da lateral do parque aquático de familiares.

“lagoas de tratamento fica ao lado de parque de familiares do prefeito”

No documento de 53 folhas elaborados pela Arsae, apresenta concentração de substâncias nocivas à saúde pública acima dos índices estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Análises feitas pela Vigilância Sanitária municipal e encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz, demonstraram que no 1º semestre de 2020, 34% das análises o flúor estava em concentrações acima do permitido.

Os coliformes fecais (microrganismos patogênicos encontradas em fezes) e cloro, 7% das análises estavam com inconformidade com às normas e regulamentos de qualidade de água. O tema inclusive foi objeto de apontamento por parte do TCESP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo), cobrando providência mais efetivas em relação à potabilidade da água.

Análises realizadas em 2021 e 2022 pela Vigilância Sanitária, também apontas inconformidades nas análises da água. Em 2021, 26% das análises estavam com concentração de flúor acima do permitido e 12% com coliformes fecais. Em 2018 de janeiro deste ano, o órgão notificou a Arsae de Andradina, através do oficio VISAM 02/2022, que às análises feitas pelo Adolfo Lutz, continuavam detectando a presença de coliformes, cloro residual e fluoreto acima do permitido.

À miúde, a água que chagam nas torneiras dos domicílios de Andradina por diversas vezes em que foram analisadas, demonstram que a população do município não está recebendo água completamente tratada e própria para o consumo e até mesmo risco a saúde humana, podendo desencadear diversas doenças, dentre elas o câncer.

O ofício é assinado pelos diretores da Arsae de Andradina, Eduardo Gaiotto Marques da Silva (presidente), Laryssa Canassa P. Adriano (diretora colegiada) e Denes Carvalho (diretor colegiado). O vereador Sérgio Santaela também encaminhou ofício ao Ministério Público pedindo adoção de medidas para proteger os interesses e a saúde dos munícipes.

CONTRATO

A Arsae de Andradina notificou o prefeito Mário Celso Lopes para a abertura de processo administrativo para apurar às irregularidades, permitindo a caducidade do contrato. O contrato 165/2010, que rege a concessão dos serviços de água e esgoto em Andradina, prevê no artigo 40.1, que a Prefeitura de Andradina poderá promover a encampação do contrato (retomada dos serviços) por móvito de interesse público.

Já o artigo 41 do contrato, invocado pela Arsae, diz que “a inexecução parcial ou total do contrato acarretará a critério da Prefeitura, por indicação da agência reguladora, a declaração da caducidade do contrato. Segundo o contrato, são motivos para a encampação, o não cumprimento de penalidades impostas por infrações, nos devidos prazos, o não atendimento à intimação da Arsae, no sentido de regularizar a prestação dos serviços públicos de água e esgoto.

ÁGUAS ANDRADINA

A concessionária vem negando às irregularidades. Segundo a Águas Andradina, “A água distribuída é própria para consumo, seguindo todas as exigências legais de qualidade. Esse controle é feito por meio de coletas sistemáticas de amostras para realização de ensaios laboratoriais, atendendo às exigências da Portaria número 888, de 4 de maio de 2021, do Ministério da Saúde. Esses resultados podem ser acompanhados pelos clientes mensalmente nas contas de água. Para se ter ideia, são realizadas por mês 3 mil análises em Andradina e 1,5 mil em Castilho. O monitoramento das concessionárias é constante, 24 horas por dia, 7 dias por semana e 365 dias por ano”.

ÁGUA MINERAL

Se a qualidade da água oferecida ao consumo da população andradinense é de boa qualidade, fica a dúvida por que todos os setores da administração municipal tem comprado água mineral para ser consumida nas repartições públicas.