Wilson Ribeiro/Secom CONAFER
A FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde, OPAS/OMS, o Ministério da Saúde e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Mapa, realizaram na quinta-feira 1º de julho, o evento online de lançamento da agenda de trabalho do Ano Internacional das Frutas, Legumes e Verduras no Brasil; produção agrofamiliar é responsável por 2/3 da produção da horticultura brasileira, colocando o país na 3ª posição na produção mundial de frutas, com 45 milhões de toneladas ao ano, 65% das quais destinadas a consumidores internos e 35% para o mercado externo.
O ano de 2021 foi definido pela ONU como o Ano Internacional das Frutas e Vegetais. O objetivo é conscientizar todo o planeta da importância da produção e consumo destes alimentos na segurança alimentar de todos os países membros da Organização.
A ideia é promover dietas diversificadas, equilibradas e saudáveis, reduzir a perda e o desperdício de alimentos e alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, o plano de ação global para transformar o mundo em um lugar melhor e erradicar a fome até o fechamento desta década.
Esta é uma grande oportunidade para reforçar a importância das frutas, verduras e legumes na proteção à saúde do corpo, por meio de suas fibras, vitaminas, minerais e antioxidantes. E também para pensar em novas formas de oferecer uma entrega mais eficiente dos produtos ao consumidor, aproveitando o aumento do e-commerce no setor, buscando sempre soluções com sustentabilidade e cuidados com o meio ambiente.
Por isso, o evento de lançamento da agenda do Ano das Frutas, Legumes e Verduras pela FAO é mais uma ação da Agenda 2030 da ONU, da qual a CONAFER é signatária. Esta agenda da FAO tem como objetivo mobilizar gestores e profissionais envolvidos com a temática, de forma a reconhecer os desafios e oportunidades locais para ampliar o acesso e consumo desses alimentos.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, OMS, o consumo diário ideal de frutas, legumes e verduras por pessoa é de 400g. Por isso, é preciso ampliar as demandas de frutas e verduras e com isso fomentar os sistemas alimentares sustentáveis e reduzir o risco de excesso de oferta e desperdício.
A Agenda tem o objetivo de incrementar a produção sustentável desses alimentos, especialmente através da agricultura familiar.
As ações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para contribuir com o incentivo da produção e do consumo de frutas, verduras e legumes foram apresentadas pela Diretoria de Política Agrícola e Informações. O Ministério da Saúde apresentou os benefícios das frutas, verduras e legumes para a saúde, destacando o Plano Nacional de Saúde 2020-2023, que planeja aumentar de 36,2% para 43% o percentual de adultos que consomem frutas, verduras e legumes regularmente.
Segundo informações da FAO no Brasil, uma pesquisa da Unicef mostra que 41% das famílias do Brasil reduziram o consumo de frutas, verduras e outros alimentos não industrializados desde o início da pandemia de Covid-19. Durante o evento, foi lançado o edital do Laboratório de Inovações – Incentivo à produção, ao abastecimento e ao consumo de frutas, legumes e verduras.
Produção agrofamiliar coloca o Brasil em posição de destaque no cenário mundial
Ocupando a terceira posição em maior produção mundial de frutas, o Brasil produz aproximadamente 45 milhões de toneladas ao ano, 65% das quais destinadas a consumidores internos e 35% para o mercado externo. Na outra ponta, temos uma produção de hortaliças que é altamente diversificada e segmentada, com destaque para seis espécies: batata, tomate, melancia, alface, cebola e cenoura.
O crescimento de consumidores que buscam uma alimentação mais saudável e natural tem encontrado na agricultura familiar a diversidade e a qualidade de produtos para sua dieta. Nos cultivos de morango e pepino, por exemplo, os agricultores familiares produzem 80% da cultura. Alface, batata-doce, pimentão e couve, mais de 60%. Nas lavouras de ciclo longo, seguem liderando o cultivo da uva e do maracujá. Nas temporárias, a mandioca e o abacaxi.
O plantio de frutas e hortaliças tem sido uma opção cada vez mais lucrativa para pequenos agricultores. Isso porque, nas culturas mencionadas, não é necessário uma grande produção para a geração de lucros. Sem contar que o investimento nesse mercado permite que, além da venda direta da fruta, produtos secundários sejam produzidos, como polpas, geléias, conservas etc.
Muitos agricultores familiares têm investido na produção de polpa a partir das frutas colhidas, pois apenas uma fruta rende em média três polpas. Uma ótima relação custo-benefício. A produção de hortaliças além da diversificação em nosso país, tem uma garantia maior de comercialização e consumo em diferentes regiões, com destaque para o alface, a batata, a cebola, a cenoura e o tomate. Geram muita renda as hortaliças orgânicas, que ganham cada vez mais espaço na mesa dos brasileiros, pois agregam muito valor na hora da venda.
A multivariedade de culturas plantadas proporciona mais segurança aos agricultores, pois garante oportunidades durante todo o ano e oferece a possibilidade de conquista de novos consumidores, seja na venda direta ou negociando com mercados locais e feiras.
O Brasil possui uma produção de frutas com destaque no mundo: banana, uva, maracujá, melancia, laranja, mamão, limão, goiaba, jabuticaba, entre muitas outras. O abacaxi também está em alta. Apesar de não ser de cultivo tão fácil, gera um grande retorno após a colheita. Um dos fatores mais importantes da variação na produção de frutas e hortaliças é a possibilidade de colheita de uma variedade em caso de problemas com outra, além do cultivo de produtos que permitem colheitas rápidas.
A CONAFER, como importante representante do segmento familiar, destaca o Ano Internacional de Frutas e Legumes como oportunidade para fortalecer o consumo de alimentos naturais e a dieta saudável, a partir da inclusão de frutas, verduras e legumes em todas as refeições. Contribuindo assim para cumprir os objetivos da Agenda 2030 da ONU, a qual tem o apoio desta Confederação em todas as suas ações.