Vereadores questionam a falta de médicos em Postos de Saúde de Andradina e cobram relatório de despesas

“parlamentares também indagaram gasto de R$ 30 milhões na saúde”

José Carlos Bossolan

Em requerimento apresentado pelos vereadores Jonílcio Avelino da Silva – Careca da natação, Luzimar Rodrigues da Silva – professor Luzimar, Fabrício Henrique Mazotti, Eloá Pessoa da Silva Harada Teixeira e o presidente da Câmara, Helton Rodrigo Prando, os parlamentares questionaram a falta de médicos nos Postos de Saúde do município, e aplicação de recursos financeiros pela Secretaria da Saúde nos 5 primeiros meses deste ano.

Segundo os vereadores, os mesmos foram indagados por diversos munícipes que relataram a falta de médicos nos Postos de Saúde. Segundo relatório no Portal da Transparência do município, quase R$ 30 milhões foram aplicados pela Secretaria Municipal da Saúde nos primeiros 5 meses deste ano.

“vereadores foram os autores do requerimento”

“Justificando, que a saúde é um direito constitucional fundamental e inalienável, portanto, essa Secretaria deve se comprometer a inovar, em desenvolver ações para tratar da população da melhor maneira possível. E como forma de prestar contas à população, solicitamos que seja detalhado todos os gastos, no caso desta Secretaria nos cinco primeiros meses e que a atual administração, considere a importância da Secretaria da Saúde em meio a pandemia que estamos enfrentando” – justificaram os vereadores.

Em levantamento feito por nossa reportagem no Portal Transparência da Prefeitura de Andradina, de janeiro até dia 1º de junho, foram empenhadas como despesas na área da saúde, R$ 30.105.401,62, sendo pago R$ 23.676.219,74, uma média mensal de R$ 6.021.080,32 gastos pela Secretaria da Saúde. Já em relação aos gastos com a Covid-19, foram empenhados no período, R$ 3.750.299,91, com pagamento de fornecedores de R$ 2.620.207,43.

Desse total, entre 28 de abril, quando o prefeito Mário Celso Lopes resolveu mudar a Central Covid de local, até o primeiro dia de junho, foram feitos R$ 692.332,79, no “puxadinho” da Covid (CAC), anexo a UPA. Entre o primeiro dia de mandato até o dia que o CAC foi retirado do Centro de Hemodiálise (28/04), os gastos contratados pela Prefeitura foram de R$ 3.285.621,79, segundo o Portal Transparência, motivo pelo qual o prefeito de Andradina teria determinado a contenção de despesas no tratamento da Covid-19, por julgar que os gastos eram excessivos.

Mário Celso chegou a anunciar a criação de leitos de UTI, que nunca existiram de verdade, além dos respiradores, adquiridos para o tratamento da doença, mas de acordo com relatos de vereadores, os aparelhos estão encaixotados no almoxarifado. Ainda segundo a justificativa, os parlamentares argumentam que é de suma importância alocar os recursos de maneira eficiente para que possa atender a população de maneira eficaz, com disponibilidade de médicos nos Postos de Saúde, e demais profissionais.

Os parlamentares solicitaram relatório detalhado de despesas da Secretaria da Saúde, além da relação de todos médicos que estão prestando atendimentos nos Postos de Saúde e respectivas escalas.

 “Estou solicitando urgência na contratação de médicos na Estratégia Saúde da Família, para os bairros Gasparelli, Nova Canaã e Sete jardim. Lá tem aproximadamente seis mil pessoas e fazem parte da abrangência da Unidade Eduardo Char e nós tivemos um médico que pediu demissão após saber que seu horário seria mudado, indo para uma cidade vizinha trabalhar. Nós estamos desfalcados com o profissional médico. E uma Estratégia da Saúde da Família não se faz sem uma equipe completa” – complementou a vereadora Eloá Pessoa.

“O CAC toda segunda a gente fala aqui nessa tribuna, a gente cobra e agora à tarde passei pelo CAC e não tinha lugar nem para o pessoal sentar, de tão lotado que estava. Só tem uma pessoa que você nunca vê nesse CAC, se chama secretário da Saúde. Agora à tarde tinha um problema, sem lugar para o pessoal ser atendido, e quem foi lá presidente resolver o problema? Tenta adivinhar? Secretário de Governo, o Ernestinho. O Ernestinho está correndo para resolver todos os problemas da Prefeitura e o secretário da Saúde não foi lá. Guilherme, é triste o que está acontecendo na nossa saúde. Já vou repetir mais uma vez secretário, se estiver muito cansativo para o senhor, pede para sair. Não é feio pedir para sair. Feio é colocar todo seu trabalho, sua história na lama. Você vai sair hoje com o nome negativo na nossa população. A nossa cidade, a nossa população está clamando essa saúde. Morrendo gente todo dia. Mês passado perdemos o seu Nelson Jurado e nesta semana perdeu a irmã dele.  Vinte dias perdemos o doutor Álvaro Neto, depois de uma semana perdemos a irmã dele. Está morrendo gente todo dia e o secretário da Saúde não acorda. Gastou trinta milhões. Esse valor que ele gastou na saúde, dava para fazer plano de saúde particular, acho que para todo mundo na cidade. É muito dinheiro, e desafio e convoco os senhores a montar uma comissão para investigar isso daí. É muito dinheiro sendo usado na saúde e não estou vendo resultado. O Guto é prova da qualidade da fralda, o Santaela que sempre cobra nessa tribuna, aí o pessoal do executivo veio falar para mim na semana passada? Para mim ter paciência com a saúde. Eu respondi para o senhor, eu ter paciência com a saúde, se a Covid tiver paciência com nossa população, eu vou ter paciência com a saúde. A Covid não tem, tá matando gente todo dia, aí vem me pedir paciência? Há, pelo amor de Deus, tá de brincadeira. O prefeito tinha que fazer igual ele fez na campanha, ir no Pereira Jordão, no Jardim Europa e ouvi o povo. Eu desafio o secretário João Leme ir comigo no CAC, mostra para mim que o CAC está bom. Se ele mostrar que o CAC está bom, na segunda-feira eu venho aqui e parabenizo ele” – reiterou Fabrício Mazotti, pedindo aos vereadores a abertura de CEI (Comissão Especial de Inquérito) para investigar os gastos na saúde.

“A saúde está um caos mesmo. Se a pessoal não está com aquela vontade, talvez esteja, mas se não tiver suportando, não está aguentando a pressão, tem que fazer isso mesmo, pedir para sair. Não está aguentando o sufoco, pede para sair. Eu só vejo isso. É lamentável aquele puxadinho. Eu falo puxadinho, por que é puxadinho mesmo. Não dá mais para suportar, por que quem está levando a fama também, somos nós vereadores aqui. É vira e mexe, às pessoas criticando a gente no Facebook. Por que criticando a gente? Por que dá a impressão que nós não estamos cobrando, mas eu vou cobrar até o final. Quem assisti aqui a sessão da Câmara vai perceber, que eu vou cobrar. Estou aqui para cobrar e fiscalizar, então essa é minha vontade e vou tentar fazer isso até o final. E aí eu percebi, juntamente com uma pessoa lá de dentro, não vou falar o nome e nem precisa falar, mas que da sete da noite às sete da manhã, não tem medicamento para ser entregue, desculpa, o medicamento tem, mas não tem uma pessoa para fazer isso. Tem um farmacêutico contratado, porém ele fica no período diurno. E a pessoa que chega lá à noite, como faz? Tá com Covid, mas não tem como pegar lá. Aí ela vai sair para as farmácias, aí vem o sufoco de novo, não resolve. Contratar um é a mesma coisa que não contratar ninguém. Tudo bem que não estou aqui questionando o trabalho do Igor, trabalho formidável, ele está fazendo da alma o coração, porém falta mais um alí. Tem de contratar. Eu só vejo positividade nesta parte, contratando. O CAC tem que ter esse profissional lá dentro. Esse profissional é de ampla importância” – reforça o vereador professor Luzimar, se referindo a falta de farmacêutico na Central da Covid.