“Com licenciamento ambiental facilitado, incentivos tributários e novas tecnologias, São Paulo quer aproveitar ‘pré-sal caipira’ com biometano“
Assessoria de Comunicação/SAA
Nesta manhã de sexta-feira, 02 de agosto, o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, Guilherme Piai, participou do 2° Fórum de Agroenergia no município de Catanduva. Na oportunidade, Guilherme Piai apresentou um painel sobre o papel do agronegócio paulista na transição energética brasileira, destacando o potencial do setor sucroenergético paulista.
Dos 10 milhões de hectares de cana plantados no Brasil, mais de 5 milhões estão em São Paulo. “São Paulo será protagonista em transição energética. Temos um ‘pré-sal caipira’ para liderar todo o processo de energia renovável e o Governo de SP está apoiando e estimulando muito esse setor. O mundo aposta em eficiência energética e nas matrizes renováveis para a redução das emissões de gás carbônico. São Paulo tem potencial para sair na frente e não vamos perder nenhuma oportunidade”, destaca Piai.
SP também possui vantagens logísticas, já que das quase 180 usinas registradas, 70 estão a 20 quilômetros de gasodutos existentes. A tendência é que as concessionárias de gasodutos realizem investimentos para se conectarem com essas usinas. Entre as ações do governo paulista para realizar a transição energética, a Secretaria de Agricultura assinou uma Resolução conjunta com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e com a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de SP (Semil), que acelera e desburocratiza o processo de licenciamento ambiental para a implantação de biodigestores com o objetivo de gerar biogás/biometano no setor de cana.
Para as atividades agrícolas de avicultura, suinocultura e bovinocultura; frigoríficos e abatedouros e para pequenos e médios produtores, o procedimento padronizado de licenciamento está em desenvolvimento, e também deve gerar bioinsumos para fertilização e irrigação. O potencial nacional de produção de biogás/biometano é de 100 milhões de metros cúbicos por dia, o que permitiria substituir 70% do diesel consumido no país e 40% da demanda de energia elétrica.
É por isso que, a partir do etanol, São Paulo possui um ‘pré-sal’ em potencial energético utilizando biocombustíveis. Projetos de ILPE (Integração Lavoura Pecuária e Energia) também são incentivados, utilizando energia fotovoltaica e novas tecnologias, como baterias armazenadoras de energia para o agro (pivôs, energia no campo para momentos de queda ou para a alternância em momentos de pico), bombas movidas a energia fotovoltaica e biochar.
O Governo de São Paulo também oferece incentivos tributários para caminhões e ônibus movidos a gás natural e biometano, com isenção de IPVA, reduzindo a pegada de carbono, transformando etanol em hidrogênio verde. Com usinas próximas aos gasodutos, há facilidade logística para o biometano, capaz de reduzir em até 90% as emissões de gases do efeito estufa em substituição à gasolina e ao diesel.
Também participaram do fórum os ex-ministros da Agricultura, Roberto Rodrigues e Antônio Cabrera.