Sidnei Ferreira/UrubuungáNews
NOVA INDEPENDÊNCIA – Um grupo de aproximadamente 30 mulheres vai buscar na Justiça por seus direitos trabalhistas. Elas eram contratadas da empresa Liliane de Andrade Balderramas – ME que prestava serviço à Prefeitura de Nova Independência. Todas foram dispensadas sem receber férias, 13º e o salário do mês de dezembro. Uma outra está sem salário desde agosto.
O contrato entre a Prefeitura e a empresa havia sido assinado em fevereiro de 2016, mas foi rescindido no dia 15 de dezembro 2020, conforme publicação em Diário Oficial. Exatamente um mês após a então prefeita Thauana Duarte perder as eleições. Embora o governo municipal tenha pago tudo o que devia a tal empresa o mesmo não ocorreu entre a empresa e as mulheres contratadas a mando da prefeita.
“Eu mesma fui contratada pela Thauana”, afirma Neuza Carmona. “A gente tinha procurado ela pra resolver isso antes mesmo dela ter saído da prefeitura, mas ela nos ignorou e até bloqueou meu celular para não receber minhas mensagens. Fomos todas enganadas”, diz a trabalhadora.
Contratadas para serviços gerais, as mulheres eram responsáveis por toda limpeza das escolas, seja sala de aulas, sala dos professores, banheiro e pátio. Além de preparar o café e lavar os pratos onde as crianças comiam.
Silvana Pereira de Lima trabalhou 4 anos e 10 meses para o mesmo grupo. Nos primeiros três anos recebia de forma regular o salário e o 13º sempre dividido em três vezes. Mas a maior surpresa dela foi descobrir que a empresa nunca recolheu o INSS, embora tivesse os referidos valores descontados em seu holerite.
“Quando fui na Caixa Econômica Federal buscar os extratos pra levar ao meu advogado eles me falaram que nem era registrado e nem tinha nada para receber. Fui surpreendida quando me informaram que esta empresa (Liliane de Andrade Balderramas – ME), nem existe para a Caixa”, lamentou Silvana. Ela confessou estar passando por dificuldades e que sua situação só não está pior pois recebe apoio da família. Assim como as colegas, também está sem salário de dezembro, 13º e o acerto da rescisão.
Adriana Lino da Silva Felizardo é outra que sofre o descaso dessa empresa. Sem contar que corre risco de ser despejada. “Eu pago R$ 550,00 de aluguel e não tenho de onde tirar esse dinheiro. Sou sozinha e ainda cuido de um neto”, declara ela que recebia um salário mínimo. Silvana relata ainda que acordava todos os dias 5 horas da manhã para ir ao trabalho. Foi um tempo de sacrifício, mas que tinha como propósito sustentar a casa. Porém, não esperava que passaria por isso.
Situação pior é a de Ana Lourdes Dias. Está desde agosto sem receber o salário, bem como todos os outros benefícios trabalhistas. Ela conta que já estava afastada do serviço por ter sofrido um infarto e ter ficado uma semana internada na UTI. Mesmo assim não recebeu qualquer tipo apoio.
Quando decidiu ir pessoalmente na sede da empresa, em Dracena, buscar por seus direitos, Ana Lourdes teve uma surpresa ainda mais desagradável: “A empresa não existia no endereço que constava no holerite. Era casa de uma senhora que morava lá há 18 anos”, espantou-se.
A reportagem do site URUBUPUNGÁ NEWS tentou por cinco vezes ligar nos telefones dos responsáveis da empresa e não obteve resposta. O caso será encaminhado ao Ministério Público do Trabalho.