Presidente “bate o martelo”, Republicanos e PP comporão base do Governo Lula

“negociação envolveram Ministério dos Portos e Esportes e criação de nova pasta”

José Carlos Bossolan

Em meio a negociações que se arrastaram por meses para compor maior base de sustentação do Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os partidos Republicanos e Progressistas irão fazer parte da base aliada com a destinação de ao menos um Ministério para cada agremiação política.

O partido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lyra (PP), ficará com o Ministério dos Esportes, com a indicação do deputado federal, André Fufuca (MA). Já o Republicanos, ficará com o Ministério dos Portos e Aeroportos, com a indicação do deputado federal, Silvio Costa Filho (PE).

Portos e Aeroportos, estava com o PSB, de Márcio França e Geraldo Alckmin (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio). França irá para o Ministério das Micro e Pequenas Empresas, que ganhará o Sebrae em sua composição. O Planalto emitiu nota nesta quarta-feira (06/07), confirmando o acerto.

“Ao centro, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) aperta as mãos dos novos ministros do governo Lula: André Fufuca (à esquerda) e Silvio Costa Filho (à direita) — Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República”

“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na tarde desta quarta-feira (6/9) com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e com os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Rep-Pernambuco). Os deputados foram convidados, respectivamente, para os ministérios do Esporte e dos Portos e Aeroportos, e aceitaram o convite. A nomeação e posse serão realizadas no retorno do presidente Luiz Inácio lula da Silva da reunião do G20. O ministro Márcio França assumirá a nova pasta das Micro e Pequenas Empresas” – diz a nota.

Bancadas

O PSB, com 15 deputados federais e 2 senadores, permanecerá com 2 Ministérios. PP que conta com 49 deputados federais e 7 senadores, e Republicanos, com 41 deputados federais e 3 senadores, irão juntar a base do Governo Lula, que passará na teoria a contar com bancadas na Câmara dos Deputados de 411 parlamentares na teoria, já que alguns políticos pertencentes ao PP e Republicanos, não tendem a votar junto com o Governo.

Em votações recentes sem o fechamento do acordo, como a do “arcabouço fiscal”, o Governo recebeu 379 votos na Câmara. A reforma tributária, rendeu em primeiro turno 382 votos e 375 no segundo turno entre os deputados com empenho pessoal de Arthur Lyra. No senado, com a nova aliança, Lula deverá contar na teoria com o apoio de ao menos 61 senadores, dos 81 na atual legislatura. No arcabouço fiscal, 64 senadores votaram a favor.

Com isso, os partidos do chamado bloco do “centrão”, voltam a ocupar espaço no executivo federal. Nos 2 primeiros mandados de Lula, os partidos compuseram a base aliada, com a diferença do PL, que hoje pertence a ala de oposição ao Governo. Porém o partido de Valdemar Costa Neto, integrou os mandatos anteriores de Lula.

Bolsonaro quando eleito, chegou a afirmar que não faria negociação com o “centrão”, mas não aguentou a pressão e acabou se rendendo aos anseios dos partidos e liberando ministérios em seu Governo, lhe rendendo a pecha de “tchutchuca do centrão”. Bolsonaro após sua posse deixou o PSL, pelo qual foi eleito e filiou-se ao PL.