Desembargador e filho são alvos de operação da PF

“Cândido Ribeiro e o filho advogado, Ravik Ribeiro são suspeitos de venda de sentença a traficantes”

Fábio Amato/TV Globo

A Polícia Federal cumpre nesta manhã desta terça-feira (14/03), mandados de busca e apreensão contra o desembargador do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) Cândido Ribeiro e o filho o advogado Ravik de Barros Bello Ribeiro, são investigados na “Operação Habeas Pater”.

Advogado Ribeiro e o pai, o desembargador do TRF-1 Cândido Ribeiro — Foto: OAB e TRF-1/Reprodução
“Advogado Ribeiro e o pai, o desembargador do TRF-1 Cândido Ribeiro — Foto: OAB e TRF-1/Reprodução”

O magistrado é suspeito de vender sentenças judiciais a traficantes. O g1 tentou entrar em contato com Ravik, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria. Em nota, o gabinete de Cândido Ribeiro disse que a operação corre em sigilo e que o desembargador não tem nada a declarar.

Cândido Ribeiro é natural de São Luís, no Maranhão, e foi nomeado juiz do TRF-1 em 1996, “após ter sido indicado, em lista tríplice, por merecimento”, de acordo com o site do tribunal. Entre 2014 e 2016, foi presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Ravik é sócio de um escritório de advocacia na capital. De acordo com o site do escritório, o advogado tem inscrições ativas no DF, Rio de Janeiro e Maranhão.

Foi servidor concursado do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do INSS; trabalhou como assistente Parlamentar no Senado; e foi representante do governo no Conselho de Recursos da Previdência Social. A ação policial combate possíveis crimes de corrupção ativa e passiva, e cumpre nove mandados de busca e apreensão, determinados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Operação Flight Level 2

Ravik e Cândido são suspeitos de ligação com investigados da “Operação Flight Level 2”, deflagrada pela PF também nesta terça. Os mandados são cumpridos em Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina. De acordo com as investigações, os suspeitos na primeira fase da operação seriam uma “célula” de uma organização criminosa maior voltada ao tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e crimes financeiros.

Foram identificadas compras de imóveis, veículos de luxo, joias e criptoativos sem que os rendimentos declarados fossem suficientes para justificar o acréscimo patrimonial no período. Os suspeitos poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas, participação em organização criminosa e lavagem de dinheiro com penas que, somadas, podem chegar a 38 anos de prisão.

Ao todo, mais de 90 mandados judiciais estão sendo cumpridos, incluindo cinco mandados de prisão preventiva e cinco de prisão temporária Além disso, 17 imóveis e veículos foram apreendidos, e 34 pessoas físicas e jurídicas tiveram contas bancárias e criptoativos bloqueados. Os suspeitos teriam comprado casas, carros e joias com o dinheiro vindo do crime.