Preso após atirar em policiais, Jefferson disse em 2020 que Bolsonaro era seu “amigo pessoal”

“ex-deputado federal tentou descumprir mandado de prisão”

José Carlos Bossolan

O ex-deputado federal e ex-presidente do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), foi preso neste domingo (23/10), após tentar resistir a mandado de prisão, expedido pelo ministro Alexandre de Moraes do STF (Supremo Tribunal Federal). O ex-parlamentar usou granadas e tiros de fuzil, ferindo 2 policiais federais e alvejado uma viatura da corporação.

Após Jefferson atacar policiais, Bolsonaro diz que não tem nem foto com  ex-deputado, apesar de registros no Palácio do Planalto | Política | G1

Roberto Jefferson após o ato criminoso e horas de negociação, acabou se entregando. Em abril de 2020, que considerava o presidente Jair Bolsonaro (PL) um “amigo pessoal”. A declaração do político foi feita durante entrevista concedida ao jornalista do UOL Tales Faria.

O Bolsonaro é o meu amigo pessoal. Guardamos isso do passado” – afirmou, cujo teor está disponível no link – https://twitter.com/CentralEleicoes/status/1584495945244323842?s=20&t=GJqXCOVjbrZ1kNkx3knDag. Bolsonaro negou que seja amigo de Roberto Jefferson. Durante a transmissão ao vivo à tarde, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou que o deputado federal André Janones (Avante-MG) “mente” ao dizer que “o Roberto Jefferson era um dos coordenadores da campanha do presidente Bolsonaro”.

Faria continuou: “Nunca foi coordenador, até porque ele era pré-candidato, teve uma candidatura indeferida ali, era candidato contra”. Bolsonaro, então, interrompe Faria e fala: “Não tem uma foto dele comigo. Não tem nada”. O ministro das Comunicações endossa o presidente: “Não tem uma foto, não tem contato”.

Em jogada política, o ex-presidente do PTB tentou se lançar candidato a presidência da República, mas foi barrado pela Justiça Eleitoral. Em sua substituição, assumiu sua vaga o candidato padre Kelmon, que ficou conhecido após fazer dobradinha no último debate com Jair Bolsonaro e ser chamado de “padre de festa junina”, pela senadora e candidata Soraya Tronicke.

Jair Bolsonaro tenta se desvincular do petebista, mas de forma incomum, determinou que o ministro da Justiça fosse ao Rio de Janeiro acompanhar o caso, mesmo não senso em tese suas atribuições. Nos bastidores, a determinação de Jair Bolsonaro seria de tranquilizar Roberto Jefferson, uma “espécie de homem bomba”, e conter seu ímpeto de sair atacando ao se sentir isolado, como fez no conhecido “esquema do mensalão”.

Há quem diga nos bastidores, que o presidente Jair Bolsonaro estaria pensando em conceder “indulto” (Graça) ao ex-deputado, como fez com o correligionário de partido, Daniel Silveira em abril deste ano. Se o presidente decretar a “Graça” a Roberto Jefferson, isso só deverá acontecer após às eleições do próximo domingo, para não ocorrer desgastes na corrida eleitoral, e consequentemente perda de votos em grupos moderados e até mesmo de forças policiais, massivamente apoiadores da reeleição do atual presidente.

Com informações do UOL e G1.