Governo já pagou R$ 16,26 bi em emendas parlamentares; empresa chinesa tem R$ 78 mi a receber

“total é quase o triplo do primeiro ano do Governo Bolsonaro”

José Carlos Bossolan

O Governo Federal já pagou R$ 16,26 bilhões em emendas parlamentares neste ano, de um total empenhado de R$ 23,15 bilhões empenhados. O valor é quase o triplo do montante destinado no primeiro ano do presidente Jair Bolsonaro. No 1º ano de mandato em 2019, Bolsonaro liberou o pagamento de emendas parlamentares de R$ 5,74 bilhões em emendas parlamentares.

Já fechado com os partidos do grupo denominado “centrão” em 2020, o valor de emendas pagas saltou para R$ 16,11 bilhões. Em 2021, as emendas parlamentares pagas foram de R$ 15,90 bilhões. Segundo dados do Portal da Transparência do Governo Federal, dos R$ 16,26 bilhões liberados neste ano, R$ 13,8 bilhões foram destinados para atenção básica da saúde (60,88%) e assistência hospitalar (38,35%).

Outros R$ 3,2 bilhões foram destinados para encargos especiais, R$ 2,2 bilhões especificados como outros, R$ 1,8 bilhão para obras urbanas e R$ 1,3 bilhões para assistência social. Os valores destinados durante os 4 anos de mandato do presidente Jair Bolsonaro, somente em verbas pagas, correspondem a aproximadamente R$ 254,00 para cada um dos R$ 212,7 milhões de habitantes do país.

Neste ano, o maior beneficiários por emendas parlamentares está o Estado de São Paulo, com R$ 381.643.855,00, seguido por Porto Alegre (RS) e em terceiro o município de São Gonçalo no Rio de Janeiro, como destinatário de R$ 112.394.987,00 e Duque de Caxias, também no Rio de Janeiro, figura entre os 10 maiores recebedores de emendas.

China

“Fachada da empresa chinesa em Pouso Algre, tem hasteada a bandeira da China e do Brasil – foto: XCMG/site”

A XCMG Brasil Indústria Ltda, filiada brasileira da empresa chinesa Xuzhou Construction Machinery Group, que fornece máquinas pesadas no Brasil, recebeu por meio de sua sede em Pouso Alegre (MG), R$ 27.200.242,37 de um total empenhado de R$ 105.785.710,14. A empresa se instalou no Brasil em 2004, no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Membros do Governo Bolsonaro fazem questão de citar que se o país voltar a ser administrado pelo PT (Partido dos Trabalhadores), pode se tornar uma “República Comunista”, citando como referência Venezuela, Cuba e outros países latinos, mas a China, que é comandada pelo Partido Comunista Chinês, detém a maior fatia do comércio bilateral com o Brasil.

Ao longo das últimas décadas, empresas chinesas tem se tornado grande proprietária de empresas e vencedora de concessão pública para geração de energia, como no caso da CTG Brasil ( China Three Gorges Corporation), responsável por administrar às Usinas Hidrelétricas de Ilha Solteira e Jupiá, no noroeste paulista, assim como 49% de participação em 11 parques eólicos em operação e em desenvolvimento no país.

O mercado chinês é um dos maiores parceiros comerciais do Brasil, de produtos oriundos do agronegócio nacional, como carnes e grãos. Empresas, já realizaram negócios neste ano, em volume aproximado de US$ 150 bilhões.