ARTESÃOS CONAFER: em José de Freitas-PI, produção e empreendedorismo no artesanato são exemplos para o país

Secom CONAFER

Na comunidade Vila Leleto, no município de José de Freitas, a 54 km da capital piauiense, a agricultora familiar e associada da CONAFER desde 2019, Livramento Andrade, une elegância e usabilidade para criar peças artesanais, que encantam com a beleza e a diversidade de técnicas e materiais. A produtora viu no artesanato mais do que um complemento para a renda familiar, mas uma forma de ressignificar sua vida para superar um problema de saúde, e assim iniciou nesta arte há mais de 15 anos. Embora desvalorizada no Brasil, por ser compreendida como atividade de baixa complexidade, o artesanato responde hoje pela receita turística de muitos municípios, o que representa um volume de R$ 50 bilhões na economia brasileira, de acordo com o IBGE, gerando cerca de 10 milhões de postos de trabalhos. Relatório recente encomendado por indústrias de ferramentas para artesãos, feito pela 360 Research Reports, intitulado “Artes e ferramentas de artesanato mercado 2022”, aponta para uma forte tendência de crescimento desse segmento no mundo no período de 2022 a 2026. Diante das perspectivas de elevação das vendas e da popularização de seu trabalho, a artesã da CONAFER, Livramento Andrade, conta sua história e dá exemplo de como a arte pode servir como instrumento de transformação social

“Na foto, a artesã da CONAFER Livramento de Andrade, segurando uma de suas bonecas de feltro com pintura de rostinho realista”

Fonte de renda e preservação das culturas locais, o artesanato, além de ser uma forma de expressão do indivíduo, possui um papel importante como modificador da sociedade, estimulando o intelecto e a empatia. Na comunidade Vila Leleto, no município de José de Freitas, a 54 km de Teresina, a artesã e associada da CONAFER desde 2019, Livramento Andrade, une beleza, utilidade e sustentabilidade na confecção de diversas peças, que misturam técnicas, modelos, estilos e materiais.

Apesar de ser desvalorizado no Brasil, tratado muitas vezes como rude e primitivo, o artesanato ainda é o melhor instrumento de valorização de pessoas e comunidades, ao impactar no estilo de vida da sociedade, retratando seus anseios e referências culturais, e se viabilizando como uma alternativa sustentável de consumo. Com isso, a multiplicidade de trabalhos e artesãos é fundamental para manter viva a tradição cultural de grupos, povos, organizações e associações.

Além de sua importante função social como transformadora da sociedade, o artesanato tem um papel de socializador e, frequentemente, terapêutico. Foi como terapia ocupacional auxiliar de um tratamento de saúde, que a agricultora familiar, Livramento Andrade, deu início, há mais de 15 anos, a criação de peças artesanais, por meio de um curso de pinturas em tecidos.

“Eu estava em depressão e, para ajudar no meu tratamento, foi solicitada uma terapia ocupacional. Foi quando comecei a fazer pinturas em tecidos e me apaixonei pela arte, e daí em diante eu não parei mais”, diz a artesã Livramento Andrade. Além das pinturas em tecido como pano de fogão, pano de prato, boneca, enfeite para quarto de bebê, feitos por encomenda, a agricultora familiar produz bonecas de tecidos diversos e de feltro, e realiza a reciclagem de pneus, transformando-os em sofás, cadeiras, jarros e outros objetos de ornamentação e utilidade doméstica.

A diversidade de produtos criados pela artesã é consequência de sua busca por inovação em técnicas e materiais, principalmente, na internet, onde frequentemente participa de cursos e extrai novos conhecimentos. “Em 2020, no início da pandemia, eu aderi às bonequinhas de pano, que eu já tinha muita vontade de fazer, embora não me dedicasse tanto a elas porque eu queria uma arte mais elaborada e com mais personalidade. Então, pesquisei e encontrei na internet o curso de pintura de rostinhos realista e, hoje, tenho as minhas bonecas todas com pintura de rostinhos realista”, relata a artesã da CONAFER, Livramento Andrade.

Quanto às vendas, a artesã explica que, a princípio, não tinha a pretensão de vender, e que devido à desvalorização do artesanato no Brasil, não consegue se manter apenas com a sua arte, sendo ela, portanto, um complemento de sua renda como agricultora familiar. “A gente consegue mais dinheiro hoje com a receita da reciclagem de pneus, que é mais rentável em relação à arte das bonecas e à pintura em tecidos, devido a usabilidade”, explica Livramento Andrade.

Apesar de ter sido impactado pela pandemia, o mercado de artes, no Brasil e no mundo, aponta uma tendência de crescimento acentuado para o período de 2022 e 2026, segundo relatório divulgado pela 360 Research Reports, intitulado “Artes e ferramentas de artesanato mercado 2022”. Para Livramento Andrade, “a arte possui um significado muito importante na nossa vida, principalmente em momentos difíceis como a pandemia, quando além de ajudar na renda familiar, ela mantém equilíbrio emocional”.

Mais que um complemento da renda familiar, a arte é para a agricultora familiar uma ressignificação da vida. “A gente se sente realizada por saber fazer alguma coisa, se sentir capaz, e poder ser útil a sociedade”, afirma a agricultora familiar. A CONAFER tem incentivado seus artesãos e empreendedores a se desenvolver tecnologicamente e aumentar seu faturamento, buscando por linhas de crédito que viabilizem o crescimento de seus negócios de forma sustentável.

A Confederação acredita no potencial de seus associados e tem buscado iniciativas junto a eles para ações que colaborem com o crescimento economicossocial de suas comunidades. Mais informações sobre a artesã da CONAFER, Livramento Andrade, podem ser obtidas no whatapp e telefone: (86) 9530-7522