Auxílio da Lei Aldir Blanc irá ajudar artistas a recuperar prejuízos durante pandemia

“municípios cadastraram artistas para receber valores e prestarem serviços”

José Carlos Bossolan

Regulamentada através do Decreto 10.646/20 pelo presidente Jair Bolsonaro, a Lei Aldir Blanc prevê auxílio financeiro ao setor cultural, tem beneficiado artistas de praticamente todos municípios do país. A iniciativa busca apoiar profissionais da área que sofreram com impacto das medidas de distanciamento social por causa do coronavírus estipula como critério os rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 no ano de 2018.

O programa é destinado para pontos e pontões de cultura, teatros independentes, escolas de música, de capoeira e de artes e estúdios, companhias e escolas de dança, circos, cineclubes, centros culturais, casas de cultura e centros de tradição regionais, museus comunitários, centros de memória e patrimônio, bibliotecas comunitárias, espaços culturais em comunidades indígenas e centros artísticos e culturais afro-brasileiros.

A lei também beneficia comunidades quilombolas, espaços de povos e comunidades tradicionais, festas populares, inclusive o carnaval e o São João, e outras de caráter regional, teatro de rua e demais expressões artísticas e culturais realizadas em espaços públicos, livrarias, editoras e sebos, empresas de diversão e produção de espetáculos, estúdios de fotografia, produtoras de cinema e audiovisual, ateliês de pintura, moda, designe artesanato, galerias de arte e de fotografias, feiras de arte e de artesanato, espaços de apresentação musical, espaços de literatura, poesia e literatura de cordel, espaços e centros de cultura alimentar de base comunitária, agroecológica e de culturas originárias, tradicionais e populares e outros espaços e atividades artísticos e culturais validados nos cadastros nos órgãos de cultura.

O subsídio mensal para cada ente varia de R$ 3 mil a R$ 10 mil, a critério dos gestores de cada município. Na região de Andradina, diversos profissionais se habilitaram para receber o recurso. “Fiquei sem faturar por mais de um ano. Foram trabalhos para divulgação do meu trabalho no sentido de tentar captar recursos, mas a situação não estava muito favorável. Na pandemia eu digo que o faturamento foi a quase zero. Foram dias difíceis. Meu faturamento foi muito pífio. Teve mês de não faturar nada. Inclusive no período eu projetei uma cartilha sobre o coronavírus, quanto a prevenção e cuidados, mas infelizmente não consegui vender pra ninguém” – relembrou o artista na área de pintura, Lair Guedes.

Sobre o auxílio da lei Aldir Blanc, Lair Guedes que é reconhecido por seu trabalho brilhante em Andradina, disse que o valor será bem-vindo para compra de materiais – “vai ajudar a repor alguns materiais que preciso. Mas impacto financeiro mesmo não será grande. Eu diria um alívio nos dias de escassez. É que material de arte dura bastante e já tinha um pequeno estoque. E outra, eu estou produzindo muito em ambiente virtual. Estou fazendo muita arte digital”.

Exímio pintor, desenhista, o artista andradinense tentou se adaptar a “nova realidade” em decorrência da pandemia, expandiu suas áreas de atuação em outras possíveis vertentes para manter o sustento familiar e profissional. “Bem resumindo eu faço de tudo um pouco nas artes. Já fiz até escultura. Mas ultimamente tenho feito algumas coisas em comunicação visual e atendido algumas lojas na criação de mascotes, logomarcas, assistências a algumas lojas virtuais, tudo para o faturamento não ficar zerado” – destacou.

Para acompanhar um pouco dos trabalhos realizados pelo artista Lair Guedes, no Instagram é @lairgsilva e no Facebook o perfil é https://www.facebook.com/lairguedess. Quem tiver interesse em contratar os serviços do artista, o telefone/WhatsApp é (18) 99724-1647 e falar diretamente com Lair Guedes.

Outro artista que fará jus ao apoio financeiro é o artista de “rua” Denner Amorim. Com diversos personagens, Denner se transforma no palhaço Escovinha, perna de pau, faz malabares, mágica em diversos eventos promocionais na região e em outros estados.

Adepto de ações sociais, Denner Amorim por muitos anos arrecada doces junto ao comércio local para doação às crianças no feriado de 12 de outubro. Irreverente, extrovertido o artista circense se diverte e leva a alegria por onde passa. Ao menos por enquanto, conseguirá amenizar um pouco dos prejuízos acumulados pela proibição em exercer a profissão durante o período em que a Covid-19, já que eventos abertos ao público era vedados e agora começa a ser permitido, mas com restrições.

A lei é em homenagem ao compositor Aldir Branc, falecido em abril do ano passado, vítima da Covid-19. Formado em medicina e especializado em psiquiatria, Blanc deixou a formação universitária para se dedicar a arte, com composições musicais e livros.