Zoneamento agrícola do milho 1ª safra 2021/2022 contempla 17 estados

“Foram publicadas no Diário Oficial da União desta quarta-feira (9) as portarias 159 a 175, com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), ano-safra 2021/2022, para o cultivo do milho de 1ª safra. Nesta publicação as unidades da federação contempladas foram: Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Maranhão, Piauí, Acre, Rondônia, Tocantins, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina”

Wilson Ribeiro/Secom CONAFER

Segundo relatório da Embrapa, o milho está entre as principais culturas produzidas pelos núcleos de agricultura familiar do Brasil, sendo a participação do segmento agrofamiliar na produção em grãos de 12%, e se considerarmos as suas várias formas de cultura, como o milho verde, esta participação chega a 40%; cumprir as recomendações do Zoneamento Agrícola é obrigatório para o produtor ter acesso aos benefícios do seguro rural e Proagro.

O milho é a principal fonte de energia tanto para a alimentação humana e animal, sendo o principal componente da maioria das rações. A maior parte do milho verde que abastece os municípios brasileiros é produzido pela agricultura familiar. Vários fatores contribuem para a produtividade do milho (Zea mays L.), sendo os mais importantes a disponibilidade de água, a interceptação de radiação solar pelo dossel, a eficiência metabólica e de translocação de fotossintatos para os grãos.
Para a obtenção de boas produtividades a cultura do milho necessita de precipitação entre 500 a 800 mm de água, bem distribuídos durante o ciclo fenológico; temperatura média diária superior a 15ºC, livres de geadas, temperatura média noturna acima de 12,8ºC e abaixo de 25ºC; temperatura no período próximo e durante o florescimento, entre 15ºC a 30ºC e ausência de déficit hídrico.

Para que serve o ZARC, o Zoneamento Agrícola de Risco Climático?

O método de Zoneamento Agrícola de Risco Climático, o ZARC, desenvolvido pela Embrapa e parceiros, aplicado no Brasil oficialmente desde 1996, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, proporciona a indicação de datas ou períodos de plantio/semeadura por cultura e por município, considerando as características do clima, o tipo de solo e ciclo de cultivares, de forma a evitar que adversidades climáticas coincidam com as fases mais sensíveis das culturas, minimizando as perdas agrícolas.

A tecnologia constitui-se, portanto, em uma ferramenta crucial para o apoio à tomada de decisão para o planejamento e a execução de atividades agrícolas, para políticas públicas e, notadamente, à seguridade agrícola. O zoneamento tem o objetivo de reduzir os riscos relacionados aos problemas climáticos e permite ao produtor identificar a melhor época para plantar, levando em conta a região do país, a cultura e os diferentes tipos de solos.

O modelo agrometeorológico considera elementos que influenciam diretamente no desenvolvimento da produção agrícola como temperatura, chuvas, umidade relativa do ar, ocorrência de geadas, água disponível nos solos, demanda hídrica das culturas e elementos geográficos (altitude, latitude e longitude).
Os agricultores que seguem as recomendações do ZARC estão menos sujeitos aos riscos climáticos e ainda poderão ser beneficiados pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e pelo Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Além disso, muitos agentes financeiros só liberam o crédito rural para cultivos em áreas zoneadas.

Aplicativo Plantio Certo

Produtores rurais e outros agentes do agronegócio podem acessar por meio de tablets e smartphones, de forma mais prática, as informações oficiais do ZARC, facilitando a orientação quanto aos programas de política agrícola do governo federal. O aplicativo móvel ZARC Plantio Certo, desenvolvido pela Embrapa Informática Agropecuária (Campinas/SP), está disponível nas lojas de aplicativos: iOS e Android.

Os resultados do ZARC também podem ser consultados e baixados por meio da plataforma “Painel de Indicação de Riscos”.

Com informações do Mapa e Embrapa.