ZARC DO FEIJÃO-CAUPI: zoneamento agrícola do feijão tradicional da agricultura familiar brasileira é publicado pelo Mapa

Secom CONAFER

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou, na última quarta-feira, 27 de abril, as portarias de Nº 51 a 72 com informações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para o cultivo do feijão caupi, ano-safra 2022/2023. Foram aprovados os zoneamentos realizados nos estados do Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão e Distrito Federal. As secas têm sido o principal fator da perda de produtividade das lavouras, já que a cultura desta leguminosa exige um mínimo de precipitação de 300 mm para seu crescimento ao longo do ciclo. O feijão-caupi é uma cultura de ciclo curto, que se adapta bem às condições climáticas com altas temperaturas. Esta leguminosa possui dois períodos bem definidos com relação à escassez hídrica, sendo o primeiro o da semeadura, e o segundo, o do florescimento e desenvolvimento de suas vagens. A publicação da Zarc tem como objetivo auxiliar os agentes envolvidos na cadeia produtiva da leguminosa: produtores rurais, órgãos de assistência técnica, agentes financeiros, seguradoras e demais entidades que fazem uso destas informações para o planejamento agrícola e suas ações

Com origem africana e introduzido no Brasil pelos colonizadores portugueses, o feijão-caupi é um alimento proteico e energético, que tem importante papel na segurança alimentar e nutricional, não apenas para os nordestinos e nortistas, como também para grande parte da população brasileira. Por isso, obter o máximo de produtividade desta leguminosa envolve muitos fatores, entre eles o risco climático. Ao seguirem as recomendações estabelecidas pela Zarc, os agricultores podem se precaver dos riscos climáticos no ciclo produtivo do feijão-caupi, podendo ser beneficiados pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e pelo Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).

Os dados trazidos na Zarc servem de indicadores aos agentes financeiros, que o utilizam como requisito nas concessões de operações de crédito rural, como a contratação do seguro rural e o crédito de custeio oficial, contemplando os cultivos realizados em áreas zoneadas e o plantio de cultivares indicadas nestas portarias. No Brasil, o feijão-caupi também é conhecido como feijão-de-corda, feijão-fradinho, feijão de praia, feijão miúdo e feijão macaçar.

A Zarc tem como objetivo identificar os municípios que se encontram aptos à produção e os períodos de semeadura para o cultivo desta leguminosa nos estados em que foram feitos os zoneamentos, indicando os períodos de plantio menos arriscados, e relacionando as cultivares mais adaptadas a cada região, utilizando como parâmetro três níveis de risco: 20%, 30% e 40%, sinalizando a probabilidade de 80%, 70% ou 60% de a cultura ser bem-sucedida nas condições e locais indicados.

O cultivo do feijão-caupi é predominante na região semiárida do Nordeste e em pequenas áreas da Amazônia, onde sua produção se constitui um importante gerador de postos de trabalho formal, estimulando a economia dessas comunidades e suprindo uma cadeia produtiva que integra o agricultor familiar ao segmento empresarial, incluindo neste ciclo, até sua chegada à mesa dos consumidores, alguns setores de comércio das pequenas cidades e dos grandes centros urbanos do país.

O Brasil é o quarto maior produtor desta leguminosa, que vem ganhando espaço nas áreas de cerrado das Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, onde é cultivado na forma de safrinha por médios e grandes produtores, de base empresarial, com o uso da mesma tecnologia empregada no cultivo da soja. Já na agricultura familiar, o principal desafio de sua produção encontra-se na manutenção da qualidade sanitária das sementes do feijoeiro, pois algumas das doenças que atacam a cultura são transmissíveis por meio dessas, provocando a deterioração delas durante o seu armazenamento.

“O feijão-caupi, conhecido como feijão-de-corda, é bastante utilizado na culinária nordestina”

Aplicativo Plantio Certo

Produtores rurais podem acessar por meio de tablets e smartphones, de forma mais prática, as informações oficiais do Zarc, facilitando a orientação quanto aos programas de política agrícola do governo federal. O aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, desenvolvido pela Embrapa Agricultura Digital (Campinas/SP), está disponível nas lojas de aplicativos: iOS e Android. Os resultados do Zarc também podem ser consultados e baixados por meio da plataforma “Painel de Indicação de Riscos”

Com informações do Mapa.