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A projeção é da Abespetro (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo), que representa fornecedores de equipamentos e prestadores de serviços para petroleiras. As vagas são previstas para o segmento de exploração e produção de óleo e gás. Hoje o setor tem cerca de 340 mil empregos. A expectativa é chegar a 837 mil em 2025, um aumento de 497 mil vagas.
As vagas devem se concentrar na região de Macaé (RJ), onde está boa parte das indústrias do petróleo. O salário médio é de R$ 16 mil. “As empresas do setor já detectam aumento da rotatividade de profissionais, algo típico dos momentos de aumento rápido da atividade” – disse Telmo Ghiorzi, secretário-executivo da Abespetro.
A alta do preço do petróleo, onde o barril voltou a subir e hoje é negociado a cerca de US$ 80. O mundo vive uma insegurança energética, principalmente por causa da guerra da Ucrânia, cujos preços altos tornam investimentos mais atraentes. Com a retomada dos leilões de áreas para exploração do petróleo no Brasil, o valor dos investimentos já anunciados é de US$ 156 bilhões entre 2022 e 2030. O Ministério de Minas e Energia prevê que pode chegar a US$ 415 bilhões.
“Neste momento, extrair petróleo está dando muito dinheiro, e não há clareza de quanto tempo esse novo ciclo vai durar” – analisa, Eduardo Costa Pinto, professor do Instituto de Economia da UFRJ e pesquisador do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), ligado à FUP (federação dos petroleiros).
Como fica com o novo governo
A troca de governo não muda o cenário. A equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, tem falado em aumentar os investimentos em refino e energias renováveis. A avaliação da Abespetro é que isso não deve reduzir a produção de petróleo. A entidade se diz preocupada, no entanto, com a mudança na Lei das Estatais, aprovada na Câmara dos Deputados. A nova lei facilita a nomeação de pessoas envolvidas com política como diretores de estatais.
O texto ainda precisa passar pelo Senado. Em nota, a entidade diz que, se aprovada, a mudança “fragiliza os critérios técnicos e pode contribuir para problemas de governança e de eficiência das estatais”, como a Petrobras. “A Abespetro receia que a mudança em trâmite seja negativa para a economia do país e, portanto, do setor de petróleo”.