Jornalista Marcos Aurélio anuncia vinda a Andradina de semi escravizados por Mário Celso

“profissional da imprensa anunciou que espera que prefeito de Andradina os receba no Paço Municipal”

José Carlos Bossolan

O jornalista Marcos Aurélio – Marquinhos do Debate anunciou uma verdadeira bomba, prestes a acontecer em Andradina. Na edição desta sexta-feira (12/05), o profissional da imprensa postou na edição digital do Jornal Debate, um vídeo relatando que estará trazendo algumas das vítimas do trabalho análogo ao escravo, ocorrido na fazenda Santa Isabel, localizada em Aragarças (MT), de propriedade do hoje prefeito de Andradina, Mário Celso Lopes na época do crime.

“Nós vamos falar do trabalho escravo. Estamos entrando em contato para trazer para Andradina, pessoas que passaram pela situação de trabalho análogo ao escravo. Aquele mesmo de Mato Grosso, nas terras do prefeito de Andradina, Mário Celso Lopes. Não para incriminar alguém ou para absolver. Não, isso quem faz é a justiça, até por que não transitou em julgado. Pode ser diferente o julgado de instâncias superiores, mas para mostrar como viveram, pelo que passaram essas pessoas. Pedimos, que se conseguirmos trazer essas pessoas para Andradina, que o prefeito Mário Celso nos receba em seu gabinete, que eles sejam recebidos como uma visita ilustre, que nós possamos dormir todos, inclusive eu vou dormir com eles para fazer uma materiazinha lá dentro do Wakanda. É o nosso maior e melhor hotel. Quais foram os sofrimentos dessas pessoas?” – anunciou Marcos Aurélio.

O jornalista prometeu que assim que ocorrerem às visitas, que fará jornal sobre o tema para distribuição em todas residências de Andradina, para que esta situação nunca mais se repita, não só com o empresário e prefeito de Andradina, mas relacionado a outros empresários que não cometam o mesmo tipo de crime.

O CASO

Segundo denúncia do Ministério Público Federal, entre 2005 a 2009, fiscais do Ministério do Trabalho, flagraram trabalhadores em condições análogas (semelhante) a de escravidão, sendo 21 sem registro, descriminação de mulheres seringueiras, que não eram registradas, servidão por dividas, com a necessidade de comprar mercadorias somente na Mercearia Líder, em Aragarças, de propriedade do primo do gerente da fazenda (filho do empresário), em razão do cheque administrativo emitido pelo empregador, que só era trocado na referida mercearia, condições precárias de moradia, inexistência de instalação de banheiros, água para o consumo humano, armazenada em reservatório sem cobertura, repleto de larvas e insetos, condições de trabalho degradante, pela ausência de EPI, inclusive com aplicação de agrotóxico e armazenamento de embalagens cheias de agrotóxico nas casas dos trabalhadores em contato com mulheres e filhos.

Conforme a denúncia, Mário Celso Lopes como proprietário da fazenda, se beneficiou dos lucros da atividade seringal com exploração de trabalhadores em condições análogas à de escravos e tinha plena ciência da situação, pois visitava a fazenda duas a três vezes por ano. Além de lucrar com a exploração, o empresário obrigava os 21 trabalhadores a “gastar” no comércio de familiar.

Em decisão do juiz federal da 7ª Vara Criminal de Mato Grosso, Paulo César Alves Sodré, ocorrida em 14 de julho de 2017, condenou Mário Celso Lopes a 6 anos, 4 meses e 15 dias de reclusão e 240 dias multa em regime semiaberto. Mário Celso recorreu e a 4ª Turma do TRF1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), manteve a condenação do hoje prefeito de Andradina, Mário Celso Lopes a pena de 05 anos, 04 meses e 15 dias de reclusão e 150 dias-multa para cada réu em regime semiaberto. A decisão publicada nesta quarta-feira (22/06), diminuiu a pena que havia sido fixada pela Justiça Federal de Mato Grosso em 06 anos, 04 meses e 15 dias de reclusão e multa de 240 dias-multa. Mário Celso Lopes pode recorrer novamente da decisão.

O acórdão do TRF1 está disponível na integra no link abaixo: