Interferência de Mário Celso poderá resultar em demissões de 50 mulheres da zona azul

“prefeito vem adotando medidas que poderão prejudicar trabalhadoras”

José Carlos Bossolan

Em decreto publicado na edição extra do Diário Oficial de segunda-feira (03), a Prefeitura suspendeu a cobrança do estacionamento rotativo da zona azul no centro comercial de Andradina. O documento é assinado digitalmente pelo prefeito Mário Celso Lopes e pelo secretário de Administração, Edgar Dourado Matos.

Sob a alegação de que a decisão é baseada no Decreto Municipal nº 7.157 de 26 de março de 2021 que declarou estado de Calamidade Pública em Andradina em decorrência da pandemia da Covid-19, a punição total da interrupção das atividades só recaiu a empresa e funcionários do sistema de estacionamento rotativo e seus colaboradores.

Embora, Mário Celso alegue que em decorrência da pandemia, ficará suspenso os serviços por 30 dias, o mesmo não acontece com suas empresas ou de familiares. Neste período de interrupção da zona azul, o shopping, posto e conveniência, choperia, e tantos outros vão continuar com as “portas abertas” em funcionamento.

No caso das funcionárias de serviços ao estacionamento rotativo, poderão ser às próximas vítimas da interferência no contrato. Mário Celso poderia propor a Câmara e a empresa, a readequação contratual, pondo fim a cobrança da multa de R$ 16,00 que tem gerado reclamação de populares, inclusive proposta feita no início do ano pelo vereador Fabrício Mazotti. Mário Celso quer controlar tudo.

A Prefeitura de Andradina argumenta que pela concessão, o município recebe 13,11% sobre a receita bruta da zona azul, com valor estimado de R$ 30.086,30 por mês. Atualmente, a empresa possui 50 funcionárias diretas e indiretas na execução dos serviços, com média salarias de R$ 1.500,00 por mês. Com isso, R$ 75 mil dos salários, deixarão de circular no comércio de Andradina, aumentando a “fila de desempregados” no município.

Ao assumir diretamente os serviços, a Prefeitura de Andradina deverá designar servidores efetivos para execução da cobrança do estacionamento, já que os mesmos possuem remuneração fixa, podendo prejudicar ainda mais o comércio local, em decorrência das dificuldades inerentes a pandemia. O pensamento aparente é engordar os cofres do município, mesmo que isso resulte demissões.

A reportagem do O Foco entrou em contato com a assessoria de empresa responsável pela execução dos serviços para obter sua versão sobre a situação. “A Andrapark desde o início de suas atividades vem cumprindo rigorosamente o estabelecido em contrato. A nova administração mesmo sem conhecimento do sistema e processo operante da empresa, decidiu pela encampação. Todas as solicitações da Prefeitura foram atendidas. A empresa teve o conhecimento do Decreto 7188/2021 de 03 de maio de 2021 através das mídias sociais, o que nos trouxe estranheza uma vez que todo comércio está liberado para trabalhar, restringindo apenas o serviço de estacionamento rotativo de forma unilateral” – destacou a empresa.

Por um lado, a Prefeitura quer arrecadar mais além dos R$ 30 mil mensais, e do outro ocasionará perda de empregos e salários das funcionárias que dificilmente conseguirão outro posto de trabalho de forma imediata para manter ou complementar a renda familiar, especialmente diante da dificuldades enfrentadas por empresa e indústrias nesses mais de 15 meses após o início da Covid-19.

“A Prefeitura vai assumir a popular “zona azul” para torna-la mais eficiente para motoristas, lojistas e consumidores do comércio da área central da cidade. A Prefeitura quer atender com justiça os motoristas e fazer com que o dinheiro pago fique no município e que seja utilizado na melhoria do trânsito da cidade” – trás matéria no site da Prefeitura de Andradina.