Secom CONAFER
Lideranças indígenas da Terra Indígena Caramuru-Paraguassu estiveram na tarde desta sexta-feira (20) na sede da Confederação, em Brasília, para um encontro promovido pela entidade com o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), o engenheiro agrônomo César Fernando Schiavon Aldrighi, acompanhado do diretor de Governanças Fundiárias do órgão, João Pedro Gonçalves da Costa. O presidente licenciado da CONAFER, Carlos Lopes, junto com Geovanio Katukina, secretário Nacional de Políticas para Monitoramento e Segurança no Campo, fizeram uma exposição do projeto inovador de monitoramento por satélite das aldeias e territórios originários do Brasil, e que será de grande valia na proteção dos 54 mil hectares da Caramuru e de todos os territórios do país, no combate aos incêndios, grilagem, desmatamento e garimpo. Acesse conafer.org.br
A terra indígena Caramuru-Paraguassu abrange áreas dos municípios de Itaju do Colônia, Camacan e Pau Brasil, no Sul da Bahia. Compreende a região entre o rio Cachoeira ou Colônia (norte) e o rio Pardo (sul). A TI é de usufruto do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe.
Os 54 mil hectares da Caramuru-Paraguassu foram delimitados em 1937 pelo Serviço de Proteção ao Índio. O único recurso hídrico da reserva é o riacho Salgado, de água salobra. A água para consumo provém de estocagem das águas pluviais ou de carros-pipa. A CONAFER tem direcionado um grande apoio ao povo Pataxó Hã-Hã-Hãe da Caramuru, atuando de forma permanente com associações da região, promovendo a produção de diversas culturas e entregando soluções para melhorar as condições socioeconômicas dos parentes.
O monitoramento dos territórios indígenas
Geovanio Katukina, secretário Nacional de Políticas para Monitoramento e Segurança no Campo, apresentou o Sistema da CONAFER de proteção dos territórios tradicionais, de fundamental importância para a manutenção das comunidades que vivem nestas áreas, assim como de seus conhecimentos socioambientais e culturais, além das funções indispensáveis para a mitigação das mudanças climáticas. Essas terras, ricas em diversidade cultural e ecológica, enfrentam ameaças constantes de invasões e atividades ilegais, como desmatamento, grilagem, caça predatória, tráfico de espécies animais e de madeira. Diante desse cenário, a CONAFER está promovendo a formação dos Guardiões Ambientais, que serão os indivíduos capacitados para monitorar, proteger e relatar as ameaças identificadas nos territórios indígenas, uma estratégia essencial para combater essas práticas.
É urgente estarmos atentos ao planeta para captar os seus movimentos e os seus registros climáticos, ajudando na proteção, preservação do meio ambiente e sustentabilidade dos territórios. Para cumprir esta missão, a CONAFER investe em tecnologia, e tem por meio da Secretaria Nacional de Políticas para Monitoramento e Segurança no Campo, as ferramentas tecnológicas inteligentes para monitorar os ecossistemas, defendendo a biodiversidade e as culturas das comunidades originárias e tradicionais. Tudo interligado ao sistema de vigilância da CONAFER instalado em sua sede, na capital federal.
A plataforma

Hãmugãy é um aplicativo de monitoramento que facilita registros ágeis de ocorrências ambientais ou ameaças às áreas indígenas. Os registros incluem fotos e coordenadas GPS, que são enviadas ao nosso centro de monitoramento e disponibilizadas através de um mapa interativo, possibilitando comunicação entre os territórios e a CONAFER. A plataforma foi criada para ser utilizada por colaboradores dos territórios tradicionais, e gestores que monitoram e analisam as informações enviadas. O lançamento oficial da plataforma Hãmugãy será dia 09 de novembro.