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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi cortado ao vivo enquanto dava entrevista a uma rede de TV da Argentina após defender o armamento de população. Eduardo Bolsonaro foi questionado a respeito do cenário eleitoral da Argentina, onde apoia o candidato de extrema-direita Javier Milei. Ele e outros parlamentares acompanharam o pleito do domingo (22) em Buenos Aires.
Ao canal C5N, ele entrou na temática armamentista como parte do alinhamento com a visão de Milei e comentou a situação no Brasil: “É preciso ter idade mínima e, no caso do Brasil, é necessário fazer um exame prático de tiro”, disse. Quando defendeu abertamente o acesso facilitado da população a armas, ele foi interrompido. “Defender armas de fogo para os cidadãos significa dar condições para a legítima defesa…”, dizia o deputado, até uma apresentadora cortá-lo com um “não, não”.
“É muito generosa a Argentina e os argentinos para receber esse tipo de gente”, disse outro apresentador ao repórter que entrevistava Eduardo. Depois, o jornalista relacionou o discurso à derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022: “Por isso que o seu pai… os brasileiros, com lógica, o tiraram do poder, felizmente”, criticou.
O UOL entrou em contato com a assessoria de Eduardo Bolsonaro e com o PL para comentarem o ocorrido, mas não teve retorno. O deputado também não se manifestou nas redes sociais após o episódio. O espaço segue aberto em caso de manifestação.
Sergio Tomas Massa e Javier Gerardo Milei vão disputar o segundo turno das eleições na Argentina em 19 de novembro. Massa surpreendeu ao liderar a apuração desde o começo da divulgação dos resultados. Nas primárias argentinas, realizadas em agosto, a chapa de Milei havia conquistado o primeiro lugar; seguida das de Bullrich e Massa. Além disso, a maior parte das pesquisas eleitorais indicava liderança de Milei no primeiro turno.
Milei, que é chamado de “Bolsonaro argentino”, disse durante a campanha que pretendia limitar o comércio com o Brasil, chamou o presidente Lula (PT) de “comunista raivoso” e “socialista com vocação totalitária” e afirmou que, em relação ao Mercosul, a Argentina “seguiria seu próprio caminho” caso ele seja eleito.