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As eleições de 2026 estão no centro da discussão da CPMI do INSS e não os descontos em aposentadorias e pensões, diz uma fonte próxima à comissão. “O que querem (os parlamentares) é fazer recortes de vídeos para colocar nas redes sociais e aumentar o número de seguidores de olho no ano que vem. O compromisso com a verdade e com as investigações é o de menos”, lamenta o interlocutor.
O caso mais evidente dessa semana – e toda semana tem um caso diferente – foram as acusações ao deputado federal Euclydes Pettersen, do Republicanos, que teria negociado um jatinho com uma das associações investigada na Operação Sem Desconto da Polícia Federal (PF). Pesaria também contra o deputado mineiro o repasse de emendas parlamentares para essa entidade.
O parlamentar nega favorecimento e, pelas redes sociais, mostra no que foi usado o recurso das emendas, que somam R$ 2,5 milhões. A equipe de Pettersen fez a coleta de depoimentos de agricultores familiares e publicou os vídeos no seu perfil do Instagram. Por trás dos ataques ao deputado estaria uma estratégia do Podemos, cujo presidente é o senador Carlos Viana (MG), que preside a CPMI, visando enfraquecer a relação de Pettersen com seu correligionário o senador Cleitinho Azevedo, que tem chances de vencer o pleito ao governo do estado de Minas Gerais.
Pesquisa eleitoral aponta que o candidato republicano está com 42% das intenções de voto. A estratégia seria a seguinte, segundo a fonte: Cleitinho sairia do Republicanos e seria convidado para o Podemos, de Viana, o que faria o partido ter reais chances de assumir um governo de estado. Atualmente, o Podemos conta com 4 senadores e 15 deputados federais.
Já o Republicanos, além da presidência da Câmara (Hugo Motta) e uma bancada federal com 45 parlamentares, tem dois governos de estado: em São Paulo, com Tarcísio de Freitas, e Tocantins, com Wanderley Barbosa. Além de nomes de peso como a senadora Damares Alves, o senador Hamilton Mourão, ex-vice de Bolsonaro, e o senador Mecias de Jesus.
Mas por que atacar o deputado federal mineiro? Além de correligionários, Cleitinho e Pettersen têm uma relação muito próxima. Sem contar que há, inclusive, a “indicação”, por assim dizer, de Pettersen ao Senado por Minas, estado que hoje é representado na Casa por Carlos Vianna (Podemos). “Seriam dois coelhos numa cajadada só com a entrada de Cleitinho no Podemos: garantiria a reeleição de Viana ao Senado e levaria o governo de Minas. Esse movimento enfraqueceria o Republicanos”, avalia a fonte.

