Desemprego no Brasil cai a 9,3% em 2022, o menor patamar desde 2015

UOL

A taxa média de desemprego em 2022 caiu a 9,3%, o menor patamar desde 2015, quando fechou o ano em 8,5%. Os dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os números mostram uma melhora do mercado de trabalho em relação ao período pré-pandemia de covid-19.

Em 2019, o desemprego foi de 11,9%. Na comparação com 2021, quando o desemprego atingiu a marca de 13,2%, a melhora é de 3,9 pontos percentuais. “O ano de 2021 foi de transição, saindo do pior momento da série histórica, sob o impacto da pandemia e do isolamento ocorrido em 2020. Já 2022 marca a consolidação do processo de recuperação” – analisa Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Apesar da recuperação, a taxa de desemprego ainda está 2,4 pontos percentuais acima do menor nível da série, registrado em 2014 (6,9%). Em 2022, a população ocupada cresceu 7,4% em relação a 2021 e atingiu 98 milhões de pessoas. É um incremento de 6,7 milhões de trabalhadores no mercado. A taxa anual de informalidade recuou de 40,1% em 2021 para 39,6%.

No trimestre de outubro a dezembro, a taxa de desemprego foi de 7,9%, o que representa 8,6 milhões de pessoas. É uma queda de 0,8 ponto percentual em relação aos três meses anteriores.

Número de trabalhadores informais bate recorde em 2022

A média anual de empregados sem carteira de trabalho passou de 11,2 milhões para 12,9 milhões de pessoas em 2022, atingindo o maior patamar da série histórica. Segundo o IBGE, o número de trabalhadores domésticos subiu 12,2% em 2022, alcançando 5,8 milhões de pessoas. Já os trabalhadores por conta própria totalizaram 25,5 milhões, alta de 2,6% na passagem de 2021 para 2022.

“Nos últimos dois anos, é possível visualizar um crescimento tanto do emprego com carteira quanto do emprego sem carteira. Porém, é nítido que o ritmo de crescimento é maior entre os sem carteira assinada” – complementa Adriana Beringuy. Em 2022, o emprego com carteira subiu 9,2% e chegou a 35,9 milhões de pessoas.

Rendimento médio cai 1%

O rendimento médio real foi estimado em R$ 2.715, o que representa 1% a menos que 2021, perda de R$ 28. Em meados de 2020, no período pré-pandemia, o valor médio era de R$ 3.013. A massa de rendimento cresceu e chegou a R$ 261,3 bilhões, novamente atingindo um recorde na série histórica da pesquisa. Em relação a 2021, o aumento foi de 6,9%, ou mais R$ 16,9 bilhões.

Diferença entre Pnad e Caged

Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram que, em dezembro de 2022, o país fechou mais de 431 mil vagas de trabalho. Os números se referem apenas a contratos regidos pela CLT, e são as próprias empresas que preenchem as informações em um sistema próprio.

Já a Pnad do IBGE é mais ampla, e compreende o mercado de trabalho informal. O levantamento é feito com entrevistadores, que perguntam sobre a situação de trabalho de uma amostra da população.

Metodologia A Pnad

Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e no Distrito Federal.