Com dívidas de R$ 43 bilhões e caixa de R$ 800 milhões, Americanas pede recuperação judicial

“balanço contábil apresentou rombo de R$ 20 bilhões”

José Carlos Bossolan

O grupo Americanas entrou com um pedido de recuperação judicial nesta quinta-feira (19), na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Com caixa de apenas R$ 800 milhões e dívidas que somam R$ 43 bilhões, a alternativa é uma forma de tentar salvar o grupo varejistas da falência. Quase 16.300 credores tem valores a receber da empresa.

O valor levantado no caixa é praticamente 10% dos R$ 8,6 bilhões reportados no balanço de resultados do terceiro trimestre de 2022. O prazo entre o pedido e a homologação do plano é de 60 dias. De acordo com o diretor financeiro da Spot Finanças, Marcello Marin, o pedido de recuperação judicial da Americanas se tornará o quarto maior da história do país, atrás somente de Odebrecht, Oi e Samarco.

A maioria dos credores são estabelecimentos bancários. O banco BTG Pactual que é um dos credores mais expostos à dívida da varejista, conseguiu um bloqueio de R$ 1,2 bilhão da Americanas por via judicial. Em nota oficial enviada à imprensa, a Americanas afirmou que seguirá operando normalmente dentro das novas regras da recuperação judicial, “cujo um dos objetivos principais é a própria manutenção de empregos, pagamento de impostos e a boa relação com seus fornecedores e credores e investidores de forma geral”.

Para tanto, a empresa informou que o grupo de acionistas referência da empresa, formado pela 3G Capital Partners, dos sócios Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Hermann Telles, informou ao presidente do conselho de administração que pretende manter a liquidez da Americanas em patamares que permitam o bom funcionamento da operação de todas as suas lojas.

“Através deste comunicado, pedimos o engajamento de todos os colaboradores nesta nova fase e principalmente dos fornecedores com quem temos relações históricas. A história da Americanas segue com determinação rumo a uma nova fase, com o compromisso com a sociedade e disposta a construir soluções que possam vir atender aos credores da empresa”- afirmou a empresa.