Bolsonaro isenta Ramagem e reclama de incentivo ao voto de jovens, mas não de idosos “Não fizeram isso”

“ao lado dos filhos mais velhos, o ex-presidente falou sobre ABIN e outros temas”

José Carlos Bossolan

O ex-presidente Jair Bolsonaro em live na noite deste domingo (28/01), negou que seu Governo tenha criado uma “Abin paralela” com o intuito de espionar seus adversários políticos. Durante uma live ao lado dos filhos Flávio, Carlos e Eduardo, o ex-presidente defendeu o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), da acusação do suposto esquema de espionagem na agência durante seu mandato, conhecido como “Abin paralela”, para monitorar adversários políticos e beneficiar seus filhos.

O ex-presidente afirmou que “Ramagem é um cara fantástico” e que a “tal da Abin paralela” não existiu. Na live, Bolsonaro reforçou que não lhe “interessava” saber com quem o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, ou ex-deputado federal Rodrigo Maia, se reuniam — os dois, supostamente, seriam monitorados pela “Abin paralela”.

Bolsonaro disse que informações dos serviços oficiais de inteligência não chegavam para ele. “Eu não tenho inteligência da Abin, da PF (Polícia Federal), da Marinha, do Exército. Uma vez fui no centro de inteligência do Exército, pessoal fez uma demonstração, [falei:] ‘e aí, não chega nada para mim, só fica com vocês aqui'”.

Falta de comunicação entre órgãos de Estado. Bolsonaro frisou que sua “inteligência” durante o governo era o contato que mantinha com pessoas comuns. “Quando falei da Abin, da inteligência paralela, está um problema, pegando fogo na Amazônia, liga para o coronel Menezes, ‘Menezes, como tá aí essa questão de fogo, porque a imprensa tá divulgando’, o cara fala para mim. Essa é minha inteligência. Ligo para um cabo do quartel, um militar da reserva, um cidadão qualquer, ou a minha própria forma de agir”.

“Muitas vezes eu ligava para um posto militar de um cantão desse Brasil, atendia um cabo, essa era minha inteligência, essa é confiável, porque essas oficiais, respeitosamente, para mim não chegava nada. Converso com pessoas de confiança minha”.

Na live, o ex-presidente, Jair Bolsonaro estava ao lado e interagindo com seus filhos, Carlos, Eduardo e Flávio Bolsonaro. Bolsonaro também falou da campanha para que jovens entre 16 e 17 anos tirassem seus títulos, sendo que essa faixa etária o voto é facultativo – “… E deixo claro ao nosso querido TSE, fez uma campanha por ocasiões da eleições de dois mil e vinte e dois para que os menores, dezesseis, dezessete anos, tirasse o título de eleitor. E foi em torno de quatro milhões e meio de jovens, que tiraram o título de eleitor. E também por volta de oitenta por cento desses jovens votam na esquerda, votam no PT, então foi uma campanha do TSE, com toda a certeza a intenção não foi esta, mas ajudou e muito por outro lado as eleições de dois mil e vinte e dois” – analizou Bolsonaro.

O expresidente também reclamou que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), fez massiva campanha para que jovens fossem tirar o titulo de eleitor, mas não fez o mesmo esforço em relação às pessoas idosas que também não eram obrigadas a proferirem seus votos – “Não fizeram isso com o mais idoso, de pessoas com mais de sessenta e cindo anos de ir votar. Participe das eleições, você está com setenta, oitenta, noventa, mais participe das eleições. Não fizeram isso” – disse Jair Bolsonaro.

Com informações de Tiago Minervino/UOL.