Após audiência de custódia, José Rainha é encaminhado para CDP de Caiuá

“dirigente da FNL teve prisão preventiva mantida neste domingo”

José Carlos Bossolan

Preso no último sábado (04/03), o dirigente da FNL (Frente Nacional de Lutas – Campo e Cidade), José Rainha Júniur, teve prisão preventiva mantida pela justiça em audiência de custódia realizada neste último domingo, e ficará aguardando o andamento das investigações sobre extorsão no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Caiuá (SP).

Outra liderança da FNL, Luciano de Lima foi preso na mesma operação e também ficará na mesma unidade prisional. Segundo nota divulgada pela Polícia Civil, as prisões foram resultado de um inquérito que investiga se os acusados estariam aproveitando-se do movimento social para extorquir proprietários rurais. “O grupo de pessoas teria constrangido, mediante grave ameaça, seis vítimas, com o intuito de obter para si e para outrem indevida vantagem econômica. O ciclo de violência nasce com as extorsões, invasões de terras e com os disparos de arma de fogo, incluindo fuzil por parte de proprietários”, destaca a nota da Polícia Civil, que reforça que as operações policiais dos dias 3 e 4 “visam reestabelecer a paz e o controle estatal na resolução de conflitos agrários”.” – afirmou.

A FNL realizou em fevereiro às ações denominadas de “Carnaval Vermelho”, com ocupações de diversas fazendas no estado de São Paulo. Esta não é a primeira vez que José Rainha Júniur é acusado de extorsão. Em 2010, no desdobramento da Operação Desfalque, desencadeada pela Polícia Federal em Presidente Prudente, o militante sem-terra também foi acusado do mesmo crime contra uma concessionária de praças de pedágio na Rodovia Raposo Tavares e uma usina sucroalcoleira estabelecida em Teodoro Sampaio.

Rainha foi condenado a 31 anos de prisão, por desvios de recursos públicos e estava em liberdade por força de habeas corpus. Na operação, além dos lideres sem terras que foram presos, a Polícia Civil apreendeu 2 fuzis 556, duas espingardas calibre 12 e uma espingarda calibre 357 pertencente a fazendeiro. Ninguém foi preso, porque as armas estavam regularizadas, mas elas serão submetidas a perícia criminal com o objetivo de identificar os atiradores que abriram fogo contra 3 carros dos sem terras no município de Rosana, em 18 de fevereiro.

Em nota, a FNL disse que a prisão dos 2 dirigentes da entidade tem motivação política, motivada por retaliações em decorrência da jornada do Carnaval Vermelho.