Quaest: desaprovação do governo Lula se mantém em 51%; e aprovação, em 46%

“Para diretor da Quaest, números mostram interrupção na recuperação da popularidade do presidente”

Arthur Stabile, Felipe Turioni, Gustavo Petró/G1

A desaprovação do governo Lula (PT) segue em 51%, segundo pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (17). A aprovação da gestão do presidente também se manteve igual em relação ao levantamento do mês passado e está em 46%. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou menos. O nível de confiança é de 95%.

A diferença entre aprovação e desaprovação segue a menor desde janeiro de 2025, quando havia empate técnico: 49% desaprovavam o governo Lula, enquanto 47%, aprovavam naquele mês.

Veja os números:

  • Aprova: 46% (eram 46% na pesquisa de agosto);
  • Desaprova: 51% (eram 51%);
  • Não sabem/não responderam: 3% (eram 3%).

O pico de diferença entre aprovação e desaprovação ocorreu em maio deste ano, quando 17 pontos separavam avaliação a negativa (57%) da positiva (40%). Para Felipe Nunes, diretor da Quaest, a pesquisa mostra que a recuperação da popularidade do governo Lula, iniciada em julho após o tarifaço de Trump, foi interrompida em setembro.

A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos e ouviu 2.004 pessoas entre os dias 12 e 14 de setembro. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou menos e tem 95% de nível de confiança.

O levantamento aponta que:

  • Há empate técnico entre aprovação e desaprovação no grupo com renda familiar de 2 a 5 salários mínimos. Antes, desaprovação era maior.
  • Entre os católicos, por outro lado, voltou haver empate técnico. No levantamento anterior, a aprovação era maior. Entre evangélicos, Lula segue mais desaprovado do que aprovado: 61% e 35%. Porém, é a menor diferença entre os indicadores no ano: está em 26 pontos, a menor desde julho (quando estava em 41 pontos);
  • Lula segue mais reprovado que aprovado entre os que votaram branco ou nulo ou não foram votar na eleição de 2022. Mas o intervalo, que já foi de 38 pontos em maio, está em 14, também o menor número desde o início da série histórica.

A aprovação ao governo Lula é maior na região Nordeste, com 60%, seguido de Centro-Oeste/Norte (45%), Sudeste (41%) e Sul (39%). Já a desaprovação à gestão petista é maior no Sul (60%), Sudeste (55%), Centro-Oeste/Norte (52%) e Nordeste (37%).

Gênero

A avaliação do governo Lula segue em empate técnico entre as mulheres, com 48% tanto para aprovação (eram 48% em agosto), quando para a desaprovação (eram 49% em agosto). A margem de erro é de 3 pontos. Entre os homens, houve oscilação de um ponto para cima na desaprovação, que está em 54%, enquanto a aprovação segue em 44%. A margem de erro é de 3 pontos.

Faixa etária

O levantamento mostra que o grupo com 60 anos ou mais voltou a apresentar empate técnico entre os que aprovam (53%) e os que desaprovam (45%) a gestão petista. No levantamento passado, a aprovação era maior. A margem de erro é de 5 pontos para mais ou menos. O grupo de 35 a 59 anos apresenta empate técnico: 51% desaprovam o governo petista (eram 52% em agosto), enquanto a aprovação segue em 46%.

A oscilação de 1 pontos para baixo dentro da desaprovação mantém o empate dentro da margem de erro, que é de 3 pontos neste segmento. Entre os jovens, de 16 a 34 anos, 53% desaprovam o governo federal, oscilação de um ponto para baixo em relação à pesquisa divulgada em agosto (eram 54%). A aprovação se manteve em 43%. A diferença entre os indicadores está em 10 pontos, enquanto era de 31 em março, quando a desaprovação era maior. Margem de erro é de 4 pontos neste segmento.

Escolaridade

Entre quem tem até o ensino médio completo, a desaprovação oscilou 2 pontos para baixo e está em 55%, a aprovação oscilou um para cima e está em 42%. A diferença era de 27 pontos em julho deste ano e, agora, está em 13 pontos. A margem de erro é de 3 pontos para mais ou menos. Houve oscilação de um ponto na desaprovação entre quem tem até o ensino fundamental completo: 41% desaprovam a gestão Lula (eram 40% em agosto), enquanto 56% aprovam, em mesmo patamar do levantamento anterior. A margem de erro é de 4 pontos.

O governo federal segue mais desaprovado no público com ensino superior completo: 56% desaprovam o governo Lula (eram 56%), já 41%, aprovam (eram 42%). A diferença está em 15 pontos (eram 31 pontos em maio) e a margem de erro de 4 pontos para mais ou menos.

Renda familiar

Entre os que têm renda familiar de 2 a 5 salários mínimos, há empate técnico no limite da margem de erro: 52% desaprovam (eram 54% em agosto), já 46% aprovam (eram 44%). A margem de erro é de 3 pontos para mais ou menos. Entre os mais pobres, com renda familiar até 2 salários mínimos, a aprovação do governo é de 54% (eram 55% em agosto), enquanto 41%, desaprovam (eram 40%). Margem de erro é de 4 pontos neste grupo.

Nas famílias com renda acima de 5 salários mínimos, 60% desaprovam o governo Lula (eram 60% em agosto). A aprovação neste grupo é de 37% (eram 39%). As oscilações estão dentro da margem de erro do segmento, que é de 4 pontos.

Religião

Entre os evangélicos, Lula segue mais desaprovado do que aprovado: 61% a 35%. Porém, é a menor diferença entre os indicadores no ano: está em 26 pontos, a menor desde julho (quando a diferença era de 41 pontos). A margem de erro é de 4 pontos para mais ou menos. Entre os católicos, há empate técnico entre as avaliações ao governo — no levantamento anterior, a aprovação era maior.

Segundo a pesquisa, 51% aprovam o governo (eram 54%), enquanto 46%, desaprovam (eram 44%). No levantamento anterior, a aprovação estava 10 pontos a frente da desaprovação, diferença que agora é de 5 pontos. A margem de erro é de 3 pontos para mais ou menos.

Bolsa família

A aprovação da gestão Lula entre os beneficiários do Bolsa Família foi a 64% (eram 60% em agosto) e a desaprovação, a 32% (eram 37%). As variações estão dentro da margem de erro, mas indicam o melhor resultado no ano, com 32 pontos de vantagem para a aprovação — em julho, indicadores estavam em empate técnico. Margem de erro é de 5 pontos para mais ou menos.

Entre quem não é beneficiário do programa social, 55% desaprovam o governo petista (eram 54% em agosto), já 42%, aprovam (eram 43%). As oscilações estão dentro da margem de erro, de 3 pontos no segmento.

Voto para presidente no 2º turno de 2022

Houve oscilação dentro da margem de erro entre as pessoas que votaram em branco, nulo ou não votaram na eleição presidencial de 2022. Entre esses eleitores, a desaprovação de Lula foi de 57% para 54%, enquanto a aprovação foi de 39% para 40%. A diferença entre os indicadores está em 14 pontos, enquanto era de 38 em maio. A margem de erro é de 5 pontos para mais ou menos.

A aprovação de Lula segue em 79% entre os que votaram no presidente no 2º turno de 2022, enquanto a desaprovação também se manteve e é 19%. A margem de erro é de 3 pontos para mais ou menos. Entre eleitores de Jair Bolsonaro (PL), os mesmos 92% de agosto desaprovam o governo federal, já 7% aprovam (eram 6%). A margem de erro é de 4 pontos para mais ou menos.

Avaliação geral do governo

O levantamento da Quaest questionou aos eleitores como eles avaliam o governo Lula no geral. Houve oscilação de um ponto para baixo entre quem avalia o governo de modo negativo e em um ponto para cima entre quem avalia como regular. Veja os números:

  • Positivo: 31% (eram 31% em agosto);
  • Negativo: 38% (eram 39%);
  • Regular: 28% (eram 27%);
  • Não sabe/não respondeu: 3% (eram 3%).

Condenação de Bolsonaro

O levantamento também questionou aos brasileiros qual a sua avaliação da pena de 27 anos de prisão imposta a Jair Bolsonaro (PL) no julgamento da trama golpista. Para 49%, a pena é exagerada e para 35%, adequada. Outros 12% consideram que a punição imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) é insuficiente, enquanto 4% não souberam ou não responderam.

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado por participar da trama golpista depois da derrota na eleição presidencial de 2022.

Anistia

Na noite de terça-feira (16), a consultoria divulgou que 41% dos brasileiros são contra a possibilidade de anistia para envolvidos na tentativa de golpe de estado após a eleição presidencial de 2022. O levantamento aponta ainda que 36% são a favor da anistia para todos os envolvidos, o que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Outros 10% defendem a anistia apenas para os envolvidos nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro.