Secom CONAFER
O Campeonato Nacional de Futebol Índígena, maior competição da história do futebol indígena brasileiro, que reúne 92 equipes de dezenas de territórios e etnias em todo o país, começou no último dia 16 de junho com a etapa Nordeste, envolvendo 23 equipes divididas em duas sedes, Pernambuco e Bahia. Depois de 2 dias de jogos muito disputados e emocionantes, a definição dos representantes das duas sedes aconteceu no dia 18, sangrando-se vitoriosas as equipes de Kambiwá, da sede pernambucana na cidade de Pesqueira, e a Seleção Indígena Pataxó, da sede baiana em Porto Seguro. Agora, acontece a final da fase nordestina, em jogo único com local e data ainda a serem definidos. Depois teremos as etapas Sudeste (julho), Sul (agosto), Centro-Oeste (setembro), Norte (outubro), e Novembro, com a grande final em Brasília, reunindo um pentagonal com os campeões regionais, em uma grande festa do futebol indígena brasileiro
O Campeonato já é um sucesso antes do seu início, com a inscrição de 92 equipes de etnias de territórios indígenas de todo o país. A organização e patrocínio são da CONAFER (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil), da UNI (União Nacional Indígena) e do Terra Bank, o banco digital do agrofamiliar.
Obedecendo ao disposto nas regras oficiais do futebol determinadas pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), e a FIFA (Federação Internacional de Futebol), a importância do 1º Campeonato Nacional de Futebol Indígena marca um momento único para o esporte do país, colocando-o como um divisor de águas na história de valorização das habilidades, da força e da cultura dos povos indígenas brasileiros em relação ao futebol, além de importante ação de inclusão social em aldeias de Norte a Sul do Brasil. Basta lembrar que o genial Garrincha, duas vezes campeão do mundo, era de origem indígena, da etnia Fulni-ô.
O troféu do campeão recebeu o nome de Galdino Pataxó, em homenagem ao indígena pataxó Galdino Jesus dos Santos, assassinado em Brasília, em 1997, um símbolo da luta e resistência dos povos originários brasileiros. As premiações chegam a R$ 100 mil para os 3 primeiros colocados, sendo R$ 60 mil para o primeiro, R$ 30 mil para o segundo e R$ 10 mil para o terceiro lugar.
A expectativa era muito grande nos territórios antes do início, e todos os preparativos foram feitos para um campeonato que promete ser muito disputado e com excelente nível técnico, o que foi visto na etapa do Nordeste com jogos que mobilizaram todas as comunidades indígenas.
Em Porto Seguro, o finalista é de Coroa Vermelha
Reunindo 14 equipes das aldeias do Sul da Bahia, nos dias 16, 17 e 18, tivemos jogos na aldeia Barra Velha, em Pau Brasil e Santa Cruz Cabrália, definindo os 2 times que fizeram a final em Porto Seguro, quando a Seleção Indígena Pataxó goleou o Boca da Mata Futebol Clube por 5 x 2. Os jogos desta fase ocorreram todos dentro da normalidade, com muitos jogos sendo definidos nas penalidades máximas. Muitos jovens talentos surgiram nestes 3 dias de uma maratona de jogos. A Seleção Indígena Pataxó de Coroa Vermelha prepara-se agora para a grande final nordestina quando enfrentará o vencedor da etapa de Pernambuco.
Em Pernambuco, o finalista é de Ibimirim
Disputada por 9 equipes, a etapa pernambucana também teve excelente nível técnico até a definição do time que enfrentará a Seleção Indígena Pataxó, de Coroa Vermelha. Esta etapa aconteceu em Pesqueira-PE, sendo o estádio da cidade o palco dos jogos que definiram o vencedor que saiu da disputa final entre a Seleção Guarani Kariri Xocó, de Alagoas, e a equipe pernambucana Kambiwá, de Ibimirim.
O resultado desta partida foi de 4 x 2 para Kambiwá, que ganhou o direito de disputar a finalíssima do Nordeste agora em julho.
Veja abaixo um resumo da Etapa Nordeste com jogos e resultados: