Secom CONAFER
Nesta quarta-feira, 1º de fevereiro, o Congresso Nacional foi palco de um evento histórico: a posse das deputadas federais indígenas e um deputado federal também representante do povo originário. Eles têm a grande responsabilidade de ser a voz de todos os povos indígenas na Câmara pelos próximos 4 anos. Assumiram o mandato, Célia Xakriabá (PSOL), Juliana Cardoso (PT), Paulo Guedes (PT) e Silvia Waiãpi (PL). A líder indígena, Sônia Guajajara (PSOL), foi eleita por São Paulo, mas assumiu o Ministério dos Povos Indígenas, ampliando o espectro político do povo ancestral que busca por representatividade nas esferas do poder. Um bom exemplo é o da ex-deputada federal Joenia Wapichana, já nomeada nova presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, a Funai, local onde ocorreu a celebração com a presença de 300 indígenas de várias etnias de todo o Brasil, que estão reunidos para organizar a 3ª Marcha da Mulheres Indígenas em setembro deste ano. Foi uma tarde de sol forte que transpirou democracia, numa clara demonstração da força e da potência dos povos indígenas
A cerimônia emocionou a todos e contou com a presença de lideranças indígenas de todo o país, da primeira-dama Janja Silva, da ministra Sonia Guajajara e Célia Xakriabá, eleita deputadas federal em Minas Gerais, da presidenta da FUNAI, Joenia Wapichana, e 300 mulheres indígenas, de 93 povos e 22 estados, que organizaram a atividade “Vozes da Ancestralidade dos seis biomas do Brasil”, no Centro de Formação em Política Indigenista da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), em Sobradinho-DF.
Uma a uma das líderes indígenas teve a oportunidade de falar das demandas dos seus territórios, lembrando da necessidade da demarcação de terras, da urgência de retirar os garimpos ilegais dos territórios, de proteger as mulheres e crianças indígenas, de atuar contra o impacto das mudanças climáticas, de cuidar da preservação e valorização da cultura e ancestralidade dos diversos povos indígenas brasileiros.
A ministra Sonia Guajajara em sua fala, lembrou da luta das mulheres indígenas, afirmando “que essas mulheres raiz com as mulheres semente que em 2021 nós lançamos aqui na Esplanada dos Ministérios, aqui em Brasília, mas lançamos o Reflorestar. Quem lembra quem trouxe as sementes que a gente plantou ali na Esplanada, e nós falamos, nós vamos levar cada uma dessas sementes que estão sendo plantadas aqui hoje e, essencialmente, vão brotar. E hoje cá estamos nós, que germinamos daquela semente que nós plantamos.
A segunda nasce das mulheres indígenas, aquela massa que teve como tema mulheres originárias, reflorestar para a cura da terra. E aqui, agora nós estamos, mulheres, deputadas, parlamentares. Nós estamos mulheres feministas, nós temos mulheres precisando dar sinais, nós temos mulheres ministras, parceiras, nós temos mulheres secretárias de assuntos indígenas.”
A deputada federal Célia Xakriabá, eleita deputada federal em Minas Gerais, foi enfática na defesa do conhecimento ancestral dos povos originários, ao afirmar que “nós, os indígenas podemos ter muito menos tempo de parlamento, mas nós temos muito mais tempo de Brasil, nós entendemos que nesse momento, junto com o presidente Lula, é um momento de oportunidade, de um protagonismo importante na história da política brasileira.”